Emboscada que matou ex-delegado-geral na Praia Grande teve mais de 60 tiros

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O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi morto em uma emboscada na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral sul paulista, com mais de 60 tiros. Segundo boletim de ocorrência, ao menos 69 disparos foram efetuados contra o veículo da vítima. Na cena do crime, a perícia recolheu 17 cartuchos de fuzil 7.62, 31 cartuchos calibre 5.56, 15 cartuchos de pistola 9 mm e seis cartuchos danificados. O carro de Fontes apresentava 29 perfurações. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Imagens de câmeras de segurança mostram que os criminosos estacionaram um veículo na Rua Arnaldo Vittuli por volta das 18h e aguardaram cerca de 15 minutos. Quando Fontes deixou a Prefeitura, onde atuava como secretário de Administração, seu carro foi alvejado. Ele tentou fugir, mas colidiu com um ônibus na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, momento em que ao menos três homens desceram armados de fuzis para executar os disparos. Outro suspeito permaneceu no automóvel para dar cobertura.Fontes estava em um Fiat Argo preto, que não era blindado. Um dos carros usados pelos criminosos foi encontrado posteriormente incendiado. Durante o ataque, uma mulher e uma criança também ficaram feridas.Linhas de investigaçãoO secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que dois suspeitos foram identificados por meio de material genético recolhido no carro utilizado na ação. A principal suspeita da força-tarefa é de que o crime tenha ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Um líder da facção, que deixou um presídio federal há um mês, é investigado como possível mandante.Outra hipótese apura se a execução poderia estar relacionada a uma licitação municipal que teria atingido interesses criminosos.HistóricoConhecido pelo combate ao PCC, Ferraz Fontes ganhou notoriedade em 2006, quando indiciou toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, Fontes era delegado-geral da Polícia Civil, cargo que ocupou até 2022.Não era a primeira vez que ele sofria atentados ou ameaças. Em dezembro de 2023, foi assaltado no litoral paulista e relatou temer pela segurança da família. Em 2022, 2020 e 2012 também foi vítima de assaltos e emboscadas. Promotores do Gaeco já haviam apontado, em investigação anterior, que havia planos do PCC para executar o ex-delegado. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio de outros setores da Polícia Civil. Leia também Após execução de ex-delegado-geral, Tarcísio deve pautar escolta automática a autoridades da segurança aposentados Carros usados no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes eram roubados 'Assassinato brutal de ex-delegado mostra o nível de violência no Brasil', diz Lewandowski *Com informações do Estadão Conteúdo