O TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) aceitou a denúncia oferecida pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) contra o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar um gari em Belo Horizonte (MG) no dia 11 de agosto.Com a aceitação da denúncia, o empresário, que teve a prisão preventiva mantida pela Justiça, passa da condição de denunciado para a de réu.Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi assassinado a tiros após uma briga de trânsito com o acusado. Renê foi encontrado horas depois do crime em uma academia.O promotor de Justiça Claudio Barros, coordenador Estadual das Promotorias de Justiça do Tribunal do Júri, em entrevista coletiva cedida em 12 de setembro, explicou as fundamentações do MPMG para a assinatura da denúncia. Leia Mais MP denuncia e pede júri popular de empresário que matou gari em BH Delegada casada com acusado de matar gari em BH não deve responder processo Homem que matou gari pediu ajuda a coronel ao ser preso: "Pode me ajudar?" Conforme a promotoria, o crime teria sido cometido por motivo fútil após uma discussão de trânsito devido à coleta de lixo na região, que ocasionava breve retenção dos carros. O MP aponta ainda que o acusado portava ilegalmente uma pistola no interior de seu veículo. Posteriormente, ele teria tentado induzir a perícia a erro, orientando sua esposa – delegada da Polícia Civil – a entregar apenas uma das armas registradas em seu nome, ocultando a utilizada no homicídio. As armas pertenciam à Ana Paula Balbina.Renê foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo, ameaça e fraude processual.Prisão preventiva mantidaA prisão em flagrante do empresário foi convertida para preventida em audiência de custódia, e agora mantida pela Justiça. De acordo com o MP, a prisão é necessária mediante a gravidade dos fatos e risco de comprometimento da instrução criminal.“O homicídio cometido em plena luz do dia, em via pública movimentada e contra trabalhador que exercia função essencial, chocou não apenas a capital mineira, mas todo o país, sendo inadequadas medidas cautelares alternativas à prisão”, destaca o promotor de Justiça Claudio Barros.A promotoria apontou ainda que o denunciado se contradizeu nas versões apresentadas e tentou alterar provas relevantes, como no episódio em que buscou substituir a arma usada no crime, o que reforça o risco de interferência na coleta de provas caso ele esteja em liberdade.Cabe a Justiça de Minas Gerais dar andamento no processo e seguir com as decisões judiciais.*Sob supervisão de Carolina Figueiredo