Belém enfrenta greve na construção civil com riscos reais para a COP30

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Em um cenário de tensões crescentes, centenas de trabalhadores da construção civil em Belém optaram por iniciar uma greve por tempo indeterminado, a partir de terça-feira, 16 de setembro de 2025. Esse movimento surge em um momento estratégico, já que a cidade está se preparando para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), dentro de dois meses. A paralisação ocorreu após manifestações no centro da cidade, que foram acompanhadas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Pará, demonstrando a seriedade da situação.Os trabalhadores, liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, buscam forçar uma negociação com os empresários do setor. Suas reivindicações incluem um reajuste salarial de 9,5%, um aumento de 30% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de um significativo aumento no valor da cesta básica, de R$ 110 para R$ 270. Do outro lado, os empresários, representados pelo Sindicato das Indústrias da Construção (Sinduscon) do Pará, ofereceram um reajuste menor, com 5,5% nos salários, 3% na PLR e um pequeno acréscimo de R$ 10 na cesta básica.Por que a paralisação dos trabalhadores da construção civil impacta a COP30?A decisão de iniciar a greve está imbricada nas preparações para a COP30, com um impacto direto nas obras de infraestrutura de hotéis e imóveis na cidade. Entre os empreendimentos afetados estão grandes hotéis como Vila Galé e Tivoli, além de outros projetos que visam acomodar os participantes do evento internacional. Essa greve coloca em xeque a capacidade da cidade em concluir as obras a tempo, prejudicando não apenas a apresentação de Belém como sede do evento, mas também a expectativa de aquecimento econômico gerada pelas obras federais.Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP30, Brasil, Amazônia. – Créditos: depositphotos.com / DOERSComo os trabalhadores da construção civil justificam a greve?A greve é justificada como uma resposta às condições precárias enfrentadas pelos trabalhadores, que veem um cenário de aumento de lucros para os empresários, mas sem a correspondente valorização de sua força de trabalho. O coordenador do sindicato, Aurinor Gama, destaca a ausência de negociação real, criticando a última tentativa, onde os empresários sequer compareceram às discussões, enviando apenas uma proposta por e-mail. Além disso, Gama argumenta que as promessas de melhora na economia e no emprego não se concretizaram na prática, com prevalência de empregos precários.Quais são as expectativas dos trabalhadores em relação à adesão da greve?O movimento grevista não se restringe apenas a Belém, mas se estende a Ananindeua e Marituba na região metropolitana, envolvendo um total de oito mil trabalhadores apenas na capital. Ananindeua e Marituba são municípios integrantes da Região Metropolitana de Belém, reforçando a importância da greve em uma área estratégica. O sindicato espera que a paralisação ganhe força, mesmo entre operários de outras obras públicas, mesmo que sejam de sindicatos com data-base divergente. Apesar das dificuldades, a expectativa é de que uma parcela significativa desses trabalhadores adira ao movimento, fortalecendo a posição dos grevistas na busca por melhores condições.Em suma, a greve dos trabalhadores da construção civil em Belém é emblemática das tensões que permeiam o setor no Brasil, destacando o abismo entre as expectativas dos empregados e as ofertas patronais. Frente à realização da COP30, este movimento adquire um simbolismo adicional, desafiando a capacidade organizacional e resolutiva da cidade em hospedar eventos de grande magnitude em meio a questões laborais não solucionadas. As próximas semanas serão decisivas para entender como essa dinâmica irá se desenvolver e quais serão as implicações para os eventos futuros em Belém.FAQ – Perguntas Frequentes sobre a greve dos trabalhadores da construção civil em BelémQuais são as principais reivindicações dos trabalhadores da construção civil em Belém?Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 9,5%, aumento de 30% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o aumento da cesta básica de R$ 110 para R$ 270.O que os empresários oferecem como contraproposta?A contraproposta dos empresários inclui reajuste de 5,5% nos salários, 3% na PLR e um acréscimo de apenas R$ 10 no valor da cesta básica.Como a greve pode afetar a realização da COP30 em Belém?A paralisação pode atrasar as obras em hotéis, imóveis e outras infraestruturas essenciais para acomodar os participantes do evento internacional, colocando em risco a imagem da cidade como sede do evento.Quantos trabalhadores estão envolvidos na greve?Estima-se que cerca de oito mil trabalhadores participem da greve apenas em Belém, com possibilidade de adesão crescente na região metropolitana.Existe previsão de negociação entre sindicato e empresários?Até o momento, segundo o sindicato, a negociação está travada devido à falta de diálogo presencial por parte dos empresários, que vêm encaminhando propostas apenas por e-mail.A greve pode se estender para outras cidades ou estados?Embora atualmente o foco seja na Região Metropolitana de Belém, há possibilidade de mobilização em outras cidades e obras públicas, especialmente se outras categorias se solidarizarem ao movimento.Quais são os possíveis impactos econômicos da greve?Além de poder atrasar a entrega das obras para a COP30, a greve pode afetar o mercado imobiliário e hoteleiro, gerar custos adicionais para o setor e comprometer empregos e receitas previstas para o período do evento.O post Belém enfrenta greve na construção civil com riscos reais para a COP30 apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.