Após pressão da sociedade, deputados utilizaram as redes sociais para se desculparem por terem votado a favor da Proposta de Emenda a Constituição (PEC) da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados.O texto, que estabelece que parlamentares só poderão ser investigados após aprovação do Congresso Nacional, foi amplamente rejeitado pela população brasileira, sendo considerado inconstitucional por diversas autoridades.Após voto favorável, a deputada Silvye Alves (União Brasil-GO) disse que o voto foi um erro gravíssimo e afirmou que foi coagida por pessoas influentes do Congresso, que ameaçaram retaliação caso o voto da parlamentar fosse contra a proposta. “Eu fui contra tudo que eu defendo, tudo que eu acredito”, declarou em suas redes sociais.Ela disse ainda que foi covarde e cedeu as pressões. “Por volta de quase 23h, eu mudei meu voto”, afirmou. Leia também Brasil Genial/Quaest: PEC da Blindagem tem 83% de menções negativas nas redes Igor Gadelha Governo tenta manter distância de atos contra PEC da Blindagem Brasil CNBB repudia avanço da PEC da Blindagem e mudanças na Ficha Limpa Brasil Lewandowski: PEC da Blindagem abre espaço para crime em parlamentos Após a repercussão negativa, o deputado Merlong Solano (PT-PI) também apareceu nas redes sociais para se desculpar pelo voto favorável à medida que tem o objetivo de proteger os parlamentares de serem investigados.Solano pediu desculpas ao povo do Piauí e ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual é filiado. “Meu objetivo era ajudar a impedir o avanço da anistia e viabilizar a votação de pautas importantes para o povo brasileiro, como a isenção do Imposto de Renda, a MP do Gás do Povo, a taxação das casas de apostas e dos super-ricos, além do Plano Nacional de Educação”, disse em nota.O parlamentar argumentou que o seu voto foi uma tentativa de preservar o diálogo entre o partido e a presidência da casa, ocupada por Hugo Motta (Republicanos-PB).Já o deputado Pedro Campos (PSB-PE) afirmou, por meio de um vídeo publicado nas redes, que também teve o objetivo de impedir o boicote ao avanço de pautas relevantes para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Por isso, tenho a humildade de reconhecer que não escolhemos o melhor caminho”, avaliou.