A Venezuela realizou neste sábado (20) uma jornada de treinamento militar nas ruas para preparar civis diante de uma eventual agressão dos Estados Unidos, enquanto o presidente Donald Trump ameaçou Caracas com consequências “incalculáveis” caso não aceite o retorno de imigrantes deportados. O Exército se mobilizou na principal avenida desse bairro, que no ano passado registrou protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro, para instruir no uso de armamento civis que se inscreveram voluntariamente para colaborar com os militares.Após convocar milhares de voluntários aos quartéis para receber formação na semana passada, Maduro ordenou neste fim de semana que os militares fossem até os bairros para oferecer treinamento. Mas a adesão foi muito menor: cerca de 25 blindados circularam por Caracas e se reuniram com alguns pequenos grupos de civis. Os militares ofereceram pequenos workshops a grupos de cerca de trinta voluntários sobre como manejar armas ou sobre as bases do “Método Tático de Resistência Revolucionária (MTRR)”, com informações sobre como “se camuflar”, “sobreviver” (defesa pessoal, primeiros socorros) e “pensamento ideológico”. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Embarcações de pescadores e da Marinha percorreram com lanchas rápidas a costa venezuelana, segundo imagens divulgadas pela televisão pública. “Este dia de hoje é um marco que estamos escrevendo na revolução militar que estamos construindo todos, povo e Forças Armadas juntos. É uma verdadeira revolução militar!”, disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.Os Estados Unidos mobilizaram há quase um mês oito navios de guerra no Caribe sob o argumento de combater o narcotráfico e disseram ter destruído ao menos três embarcações de supostos narcotraficantes em águas próximas à Venezuela, em ataques que deixaram 14 mortos. A Venezuela denuncia um plano de Washington para buscar uma “mudança de regime” com a intenção de se apoderar do petróleo e de outros recursos naturais.Trump ameaçou neste sábado com consequências “incalculáveis” a Venezuela caso se recuse a aceitar de volta os imigrantes deportados. “Queremos que a Venezuela aceite imediatamente todos os presos e as pessoas de instituições mentais (…) obrigados a entrar nos Estados Unidos da América”, escreveu Trump em sua conta na plataforma Truth Social. Ele acrescentou em letras maiúsculas que, do contrário, “o preço que pagarão será incalculável”.A Venezuela e os Estados Unidos romperam relações em 2019, mas a repatriação de imigrantes é um dos poucos setores em que os canais de comunicação entre os dois países permanecem abertos. Em meio a esse contexto, o canal de YouTube de Maduro desapareceu da plataforma. O governo não se pronunciou. Segundo o veículo oficial Telesur, o canal no YouTube foi “fechado” na tarde de sexta-feira “em nenhuma justificativa (…) em pleno desdobramento das operações de guerra híbrida dos Estados Unidos”.*Com informações da AFPPublicado por Sarah Paula