O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), avaliou que a PEC das Prerrogativas — apelidada de PEC da Blindagem — contém exageros, mas afirmou que o debate não pode se restringir ao conteúdo do texto. Em entrevista à Jovem Pan, ele sugeriu que a população questione quais motivos levaram os parlamentares a aprovar a proposta. “Por que 353 parlamentares votaram essa PEC? O que motivou? Alguém ou algo? Teve exageros no texto, mas algo aconteceu que fez com que deputados estejam receosos. Por que votaram essa PEC? O que motivou?”, declarou Nunes.A proposta, já aprovada pela Câmara dos Deputados, amplia a proteção judicial para deputados e senadores. Entre os pontos mais criticados, está a exigência de autorização prévia da Câmara ou do Senado — em votação secreta — para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa abrir ações penais contra parlamentares. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp O texto também prevê prazos específicos: 90 dias para que as Casas legislativas decidam sobre pedidos de abertura de processo criminal e apenas 24 horas para se manifestarem sobre prisões em flagrante por crimes inafiançáveis. Além disso, medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica ou restrições de contato só poderão ser impostas pelo STF com aval de dois terços de seus ministros e aprovação do Congresso.Trechos relacionados à revisão de prisão e à ampliação do foro privilegiado também geraram desconforto, alimentando críticas de que a proposta dificultaria o combate à corrupção e poderia aumentar a impunidade. A votação ocorreu em meio a investigações do STF sobre supostos desvios em emendas parlamentares. O texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado.Relação com Tarcísio de FreitasQuestionado se poderia disputar o governo paulista em 2026 caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja candidato à Presidência da República, Ricardo Nunes foi categórico ao negar qualquer cenário desse tipo: “Ontem conversei com Tarcísio. Ele é candidato à reeleição, não será candidato à Presidência e eu vou ser o melhor cabo eleitoral dele”, afirmou.O governador de São Paulo já declarou em diversas ocasiões que não pretende disputar a Presidência em 2026, reafirmando a intenção de concorrer a um segundo mandato no estado. Leia também Flávio Bolsonaro critica articulação contra anistia e diz que PEC da Blindagem é sobrevivência Governo perde ministro do Centrão, vê anistia avançar e se distancia do Congresso