A Receita Federal afirmou que os próximos passos da Operação Cadeia de Carbono serão “cruzar provas, identificar empresas e pessoas físicas e representá-las criminalmente à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal”.O secretário da pasta, Robinson Barreirinhas, destacou que as diligências desta sexta-feira (19) atingiram 11 alvos em cinco estados — Alagoas, Paraíba, Amapá, Rio de Janeiro e São Paulo — e já reuniram elementos que comprovam a inexistência de estrutura dos supostos importadores.Segundo ele, as investigações revelaram empresas de fachada que apareciam como importadoras de navios inteiros com mais de 50 milhões de litros de combustível, apesar de não possuírem capacidade operacional ou financeira. Leia Mais Receita faz nova operação contra fraude em combustível e apreende R$ 240 mi Haddad pede que Câmara aprove PL do devedor contumaz após nova operação Haddad: Receita apertará regras para desembaraço de combustível importado “Não estamos tratando apenas de evasão tributária, mas da ocultação de quem está por trás desse esquema criminoso, da origem do dinheiro e de quem lucra com essas operações”, disse Barreirinhas em coletiva de imprensa no RJ.A Receita informou que foram retidas as cargas de dois navios avaliadas em cerca de R$ 240 milhões no Porto do Rio de Janeiro. Um deles já foi abordado na área de fundeio com apoio da Marinha e do Ministério de Minas e Energia, que coleta amostras para verificar divergência entre o produto declarado e o entregue.“É muito importante manter a apreensão e, depois de todo o contraditório, aplicar a pena de perdimento para interromper o fluxo de financiamento desse esquema criminoso”, afirmou o secretário, acrescentando que a Receita dialoga com o Judiciário para evitar liminares e garantias inidôneas que liberem cargas.Nos próximos dias, será publicada uma instrução normativa que vai restringir o despacho antecipado em local diferente do destino efetivo da carga e exigir licenciamento prévio para importadores que não sejam de alta conformidade.BC da Argentina intervém no câmbio e vende US$ 432 milhões em dois dias | Fechamento de Mercado“Estamos endurecendo com os devedores contumazes, sem prejudicar os bons empresários. O objetivo é sanear o setor e abrir espaço para empresas idôneas”, disse Barreirinhas.Ele classificou a operação como “ponta do iceberg” e afirmou que novas ações podem ocorrer. “Vamos seguir o dinheiro, identificar os reais beneficiários e responsabilizar criminalmente todos os envolvidos.”O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acompanhou a operação à distância, reforçou que a instrução normativa vai fechar uma das principais brechas usadas nas fraudes.“Era uma das estratégias das irregularidades, em que se usava um terminal para desembaraçar a carga e outro para desembarcar a mercadoria”, disse.8 em cada 10 pessoas consideram usar IA para decisões financeiras