Ministro do Turismo envia carta em meio à crise de adesão internacional à COP30

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A menos de dois meses da COP30, que acontece em novembro em Belém (PA), a maior conferência climática do mundo ainda enfrenta incertezas quanto à adesão internacional. Críticas sobre a falta de estrutura, preços abusivos de hospedagem e a demora na confirmação de países participantes ainda preocupam autoridades locais e o governo federal.Segundo balanço apresentado nesta quarta-feira (17) ao Bureau da UNFCCC pela Secretaria Extraordinária da COP30 (Secop), 79 países já confirmaram hospedagem em Belém, enquanto outros 70 seguem em negociação. Para tentar acelerar o processo, o governo montou uma força-tarefa técnica que atua diretamente com as delegações para compreender as dificuldades e buscar alternativas viáveis.Entre as medidas para aliviar custos, foi anunciado que a ONU aceitou pedido da presidência brasileira da COP e aumentou a Diária de Subsistência (DSA) destinada a delegados de países em desenvolvimento, de US$ 144 para US$ 197.Diante desse cenário, o ministro do Turismo, Celso Sabino, também presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo, enviou esta semana uma carta aberta aos países-membros da entidade pedindo cooperação e maior mobilização internacional. “Vamos trabalhar juntos para criar um roteiro que leve a uma COP30 colaborativa, que represente um avanço real para a adoção do turismo sustentável e resiliente. Não podemos perder essa oportunidade”, escreveu Sabino.O ministro também ressaltou a importância de sediar a conferência na Amazônia: “Não podemos perder a oportunidade de oferecer aos nossos líderes globais a chance de debaterem o futuro do planeta dentro de um laboratório vivo e de sentir a urgência de manter a Floresta Amazônica protegida.” Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp O governo federal afirmou ainda que continua investindo em melhorias estruturais em Belém, incluindo convênios para sinalização turística, financiamentos via Fungetur e alternativas de hospedagem como navios de cruzeiro e ferries. Se esses desafios não forem superados, a COP30 corre o risco de perder parte de sua legitimidade internacional e de sua diversidade de vozes — justamente no momento em que a Amazônia deveria ser o centro do debate climático global.Veja a carta envidada (em inglês)Leia a traduçãoAssunto: Pedido de Cooperação para a COP30Prezados Ministros do Turismo e representantes de entidades filiadas à Organização das Nações Unidas para o Turismo,Solicito a cooperação colaborativa dos países e entidades afiliadas à Organização das Nações Unidas para o Turismo para que a COP30, em Belém, se torne a COP mais participativa e representativa da história do que é o mais importante evento mundial sobre mudanças climáticas. Realizar um evento dessa magnitude na Amazônia nos dá uma oportunidade única de unir forças e garantir que o turismo não seja apenas parte da solução para os desafios climáticos, mas também uma força motriz de prosperidade e resiliência em todo o mundo.Apesar da insistência de alguns em criticar a escolha de Belém como cidade-sede, não podemos perder essa oportunidade de oferecer aos nossos líderes globais a chance de debater o futuro do planeta dentro de um laboratório vivo e de sentir a urgência de manter a floresta amazônica protegida. Esse bioma sustenta não apenas o equilíbrio climático global, mas também milhares de famílias que tiram seu sustento da floresta — inclusive por meio do turismo.A COP30 é a nossa chance de transformar definitivamente o setor, garantindo que ele se torne um pilar do crescimento econômico sustentável. Por meio do desenvolvimento de um turismo cada vez mais resiliente e sustentável, poderemos contribuir para enfrentar as mudanças climáticas que ameaçam nações e populações. Não podemos deixar essa oportunidade passar.De acordo com o Barômetro do Turismo da ONU, nossa atividade cresceu 5% no primeiro semestre deste ano, reforçando a força e o potencial do nosso setor para fomentar um turismo regenerativo, sustentável e inclusivo, combatendo assim as mudanças climáticas que afetam nossas nações. E, em novembro, o Brasil terá a oportunidade de mostrar ao mundo que o país da hospitalidade — dotado de tesouros naturais, culturais e históricos únicos — também está construindo uma nação comprometida com a sustentabilidade, a democracia, a diversidade e a inclusão.Trabalhemos juntos para criar um roteiro que leve a uma COP30 colaborativa e que represente um verdadeiro avanço na adoção de um turismo sustentável e resiliente. O futuro do nosso planeta e o bem-estar de milhões de pessoas dependem de nossas ações conjuntas.Atenciosamente,Celso SabinoPresidente do Conselho Executivo da ONU Turismo Leia também Fiocruz revela contaminação plástica generalizada na Amazônia Amazônia Live começa nesta quarta com Mariah Carey em palco flutuante em formato de vitória-régia