Fala de Powell traz volatilidade e esfria queda das taxas de juros futuros

Wait 5 sec.

Os juros futuros tiveram uma sessão de volatilidade nesta quarta-feira. Após terem mostrado oscilações contidas até o início da tarde, os vencimentos mais curtos passaram a tocar mínimas intradia por volta das 14h20, movimento que se espalhou para os vértices intermediários pouco antes de o Federal Reserve reduzir a taxa básica norte-americana em 0,25 ponto porcentual, conforme previsto. Logo depois da decisão, porém, o mercado de juros moderou o ritmo de queda.O bom humor dos investidores em um primeiro momento veio na esteira da expectativa em torno do relaxamento da política monetária nos EUA. A queda nos Fed Funds amplia o diferencial de juros em relação ao Brasil – que deve ser mantido em 15% ao ano na decisão desta quarta do Copom -, dá alívio ao câmbio e, consequentemente, contribui para diminuir pressões inflacionárias.Leia tambémFed faz o esperado com corte de juros, mas projeções e Powell trazem surpresasO cenário agora indica dois cortes adicionais ainda em 2025, enquanto discurso de Powell foi considerado “brando” por muitos analistas de mercadoFed reduz juros em 0,25 ponto, apesar de pressão de Trump por “grande corte”Nova faixa de juros é entre 4% a 4,25%Pode ter havido, também, um componente político doméstico por trás da redução dos DIs, em meio a novas notícias sobre a saúde debilitada do ex-presidente Jair Bolsonaro, situação que favoreceria eventual candidatura do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) à presidência em 2026.Em seguida à definição de juros nos EUA, porém, os agentes analisaram a composição dos votos dos 12 dirigentes votantes do Fed, que contou com apenas uma opção a favor de um corte de 0,5 ponto porcentual, do recém-nomeado Stephen Miran. “Apesar do início do ciclo de cortes, a dissidência foi bem menor do que a esperada por boa parte do mercado. Ou seja, O Fed foi menos ‘dovish’ do que o esperado”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.Além disso, Borsoi destaca que os riscos associados aos dados de emprego da maior economia do mundo sugerem que o BC deve buscar uma postura mais neutra da política monetária. Em discurso após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, observou que a demanda por emprego perdeu ímpeto, mas que há um “curioso” equilíbrio no mercado de trabalho, com recuo acentuado tanto na oferta quanto na demanda por mão de obra. O comandante do Fed disse, ainda, não ver necessidade de uma redução mais acelerada dos juros agora.No fechamento, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 passava de 13,952% no ajuste da terça para 13,940%. O DI para janeiro de 2029 encerrou a 13,050%, ante 13,067% no ajuste precedente. A taxa chegou a operar abaixo de 13% (mínima de 12,99%) durante a segunda parte da sessão, mas o patamar foi logo deixado para trás. O DI para janeiro de 2031 caiu de 13,267% no ajuste para 13,230%.“O Fed entregou um corte de juros, mas, em um segundo momento, o mercado vê um cenário mais desafiador do que se imaginava”, diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe da EPS Investimentos, referindo-se às projeções trimestrais também divulgadas nesta quarta-feira pela autoridade monetária dos EUA.A expectativa unânime para a decisão desta quarta é de manutenção da Selic em 15%. Para dezembro, a curva precifica 6 pontos-base de corte, ou seja, 24% de chance de redução de 0,25 ponto porcentual na última reunião do ano, ante praticamente 100% de chances de flexibilização desta magnitude para janeiro de 2026, disse Rostagno. “Em janeiro tem 25 pontos-base de cortes precificados. O mercado está precificando o BC começando a cortar, mas em ritmo reduzido.”The post Fala de Powell traz volatilidade e esfria queda das taxas de juros futuros appeared first on InfoMoney.