Em meio ao recente movimento de recuperação das ações, o Banco do Brasil (BBAS3) teve a recomendação elevada de neutra para compra pelo Citi, que também aumentou o preço-alvo de R$ 22 para R$ 29, ou um potencial de alta de 33% em relação ao último fechamento. A recomendação dos analistas é motivada por uma combinação de: (1) Potencial alívio com as medidas governamentais recentemente anunciadas, que poderiam beneficiar o BBAS3 por meio de menor custo de risco e capital mais amplo até 2026; e (2) assimetria na avaliação, com a maioria dos fatores negativos aparentemente precificados. Sobre o ponto 1, cabe destacar que, no último dia 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou Medida Provisória que libera R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas de produtores rurais impactados por problemas climáticos, enquanto uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) publicada alguns dias antes flexibilizou os critérios de cura de créditos em atraso. A medida foi bem recebida pelo mercado. Leia tambémIbovespa chega a superar os 146 mil após Fed e fecha acima de 145 mil pela 1ª vezNo final do dia, o Banco Central do Brasil ocupa as atençõesOs analistas do Citi projetam um lucro líquido de cerca de R$ 29,3 bilhões para 2026 (+9% em relação ao consenso da Bloomberg), com base em um custo de risco mais normalizado. Os principais riscos para a recomendação são: (1) Baixo desempenho de crédito e/ou baixa adesão ao programa de alívio por parte de clientes do agronegócio; e (2) pressões adicionais de PMEs, ou pequenas e médias empresas (cerca de 11% dos empréstimos) sobre a qualidade dos ativos consolidados.Os analistas do Citi veem os pontos negativos para o BB já bem conhecidos e precificados. “Vemos o 3T25 (principalmente julho) como o potencial fundo em termos de lucratividade para o BBAS3“, apontam. A expectativa é de que o 3T25 apresente despesas de provisão em cerca de R$ 16 bilhões, contra R$ 15,9 bilhões no 2T25. Já as alterações regulatórias têm impacto potencialmente positivo. Os analistas do Citi veem três impactos principais: (1) receitas marginalmente maiores; (2) uma base de capital mais ampla; e (3) eventual melhora no provisionamento. Dado que o impacto nas receitas é marginal, o Citi foca a análise nos dois últimos pontos: provisionamento e capital. Uma adição relevante ao programa do governo poderia normalizar o custo de risco do BB, o que poderia se traduzir em lucros maiores do que as estimativas do consenso para 2026.Por outro lado, vê dois riscos principais para a tese, que levarão algum tempo para serem esclarecidos: (1) Adesão dos clientes ao programa do governo e melhor desempenho de crédito; e (2) Possíveis recuperações no segmento de PMEs.The post BBAS3: Citi eleva ação do Banco do Brasil para compra e aponta 2 fatores principais appeared first on InfoMoney.