Bolsa bate 146 mil pela 1ª vez; veja o que move o pregão desta quarta

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Nesta quarta-feira (17), dia de definição de juros no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa atingiu o patamar dos 146 mil pontos — renovando máxima histórica pela quinta vez no mês.No melhor momento do dia, o índice tocou os 146.239 mil pontos. No momento de publicação desta reportagem, rondava os 145,42 mil.Especialistas consultados pelo CNN Money foram unânimes: o que influencia o Ibovespa hoje é importado. Com a decisão do Fed, banco central americano, de cortar os juros pela primeira vez no ano, reduzindo-os à faixa de 4% a 4,25%, os EUA fizeram festa na Faria Lima.Movimento amplamente antecipadoO mercado já esperava o corte nos juros desde agosto. Segundo levantamento diário do CME Group, ferramenta que coleta as apostas de operadores para a curva de juros do país, 96% do mercado previa um corte nesta reunião.Gustavo Spinola, estrategista-chefe da RB Investimentos, explica à CNN que, com os juros em patamar elevado nos EUA, havia uma alocação atípica de investidores à renda fixa norte-americana.“Em mercados desenvolvidos, esse tipo de ativo é minoritário, correspondendo a, no máximo, 25% do total”, diz.“Com a queda nos juros, a tendência é que isso diminua, colocando a renda fixa em patamares menores e migrando recursos para renda variável, seja no mercado americano ou em outras regiões — Brasil incluso”.“O ingresso de investidores estrangeiros dá um suporte para o patamar de alta”, adiciona Otávio Araújo, consultor sênior da ZERO Markets Brasil.Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora, reitera que o tom do comunicado de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária americana, também fará preço por aqui. O comunicado deve seguir até por volta das 17h.“A gente aguarda para ver se o Powell será mais dovish ou se o Fed vai deixar um espaço aberto para cortes maiores e de maior magnitude”, diz Mollo.Fed corta juros nos EUA em 0,25 ponto percentual | Money NewsDólar também pesaAlém do imediato, Spinola cita a questão cambial. O dólar acumula quedas de mais de 14% frente ao real desde o começo do ano, ajudando empresas que dependem da divisa para funcionar.“Varejistas, como Magazine Luiza, Via, Vivara; redes de farmácia como Drogasil e Pague Menos, até as próprias aéreas e companhias de telecomunicações têm estoques, produtos e serviços importados. Justamente por isso, se beneficiam desse movimento”, explica.Depois do anúncio do Fed, o dólar operava em queda de 0,17% (por volta das 15h30), a R$ 5,30 na venda.“Tivemos uma série de divulgações positivas nos últimos dias, com resultados corporativos acima do esperado”, adiciona Otávio Araújo, da ZERO Markets Brasil.“Mas, no geral, não dá para fugir da explicação que todo mundo repete incessantemente. O corte nos juros realocou recursos em outras frentes que não a renda fixa americana”, finaliza.Até o pregão encerrarAté a B3 fechar a lojinha, o esperado pelos analistas é que o Ibovespa sustente o patamar elevado de valorização.“A alta é sustentável. Inclusive, acredito que a bolsa ainda está descontada frente ao seu potencial”, afirma Fernando Siqueira, head de research da Eleven.Investidores também esperam a divulgação dos dados pelo BC — mas estes acontecem após o fechamento do mercado. Logo, é problema para o pregão de amanhã.Consumidores gamers crescem 80% em um ano, aponta Mercado Livre