Ômega-3 para memória e concentração em estudantes: como usar

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O ômega-3, conhecido por seus benefícios à saúde cardiovascular, tem ganhado espaço também entre estudantes que buscam melhorar a memória e a concentração. Presente em peixes como salmão, sardinha e atum, além de sementes e oleaginosas, esse ácido graxo essencial não é produzido pelo corpo humano e precisa ser obtido por meio da alimentação ou suplementação.Segundo especialistas, o ômega-3, especialmente os subtipos DHA (ácido docosahexaenoico) e EPA (ácido eicosapentaenoico), desempenha um papel importante na formação e no funcionamento das células do cérebro. O DHA, em particular, está presente em grande quantidade nas membranas dos neurônios e está associado à melhora da cognição, da memória e da capacidade de foco. Leia Mais Três noites de sono ruim já podem causar danos ao coração, diz estudo Vitamina D pode ajudar a viver mais, sugere estudo Movimento slow: o que é e por que adotá-lo faz bem à saúde? “Nosso cérebro funciona como uma máquina de altíssima complexidade e, como qualquer máquina sofisticada, ele precisa da matéria-prima correta para funcionar no seu melhor nível. Ele é composto por quase 60% de gordura, e uma boa parte dessa gordura, para funcionar de forma plena, precisa ser do tipo certo — as chamadas gorduras estruturais, como o DHA, presente no ômega-3. Ele é essencial para a comunicação entre os neurônios, o que traz mais clareza mental, foco, memória, aprendizado e até regulação emocional”, explica o nutrólogo e neurologista Rubem Regoto.Além disso, o ômega-3 tem um papel anti-inflamatório cerebral, reduzindo o risco de fadiga mental, ansiedade e até de doenças neurodegenerativas no longo prazo.O consumo adequado de ômega-3 pode contribuir para a regulação dos neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, que influenciam o humor e a atenção. Isso pode fazer diferença especialmente em períodos de alta demanda mental, como provas, vestibulares e concursos.Quanto devo consumir para ter benefícios cognitivos?A recomendação para estudantes interessados no uso do ômega-3 é buscar orientação profissional antes de iniciar a suplementação. A dosagem ideal varia conforme a idade, o peso corporal e as necessidades individuais. Em geral, a suplementação pode variar entre 500 mg a 2 g por dia de EPA e DHA combinados, mas a orientação médica é fundamental para evitar excessos ou efeitos colaterais.“Para quem busca desempenho cognitivo, estudos apontam para doses pelo menos entre 500 mg e 1000 mg de DHA + EPA por dia. Agora se é possível atingir pela alimentação, teoricamente, sim. Na prática, é raro. Para isso, seria necessário consumir de 3 a 4 porções de peixes gordurosos (como salmão, sardinha, cavala ou arenque) por semana, além de ovos enriquecidos e algumas algas específicas. Porém, considerando o consumo médio dos brasileiros — que é extremamente baixo em peixes de qualidade —, na maioria dos casos, a suplementação se torna não só conveniente, mas praticamente indispensável”, acrescenta Regoto.O uso contínuo e regular tende a apresentar melhores resultados, pois os efeitos do ômega-3 não são imediatos. Leva algumas semanas para que a substância atue de forma significativa nas funções cognitivas. Além disso, manter uma alimentação equilibrada, hidratação adequada e boas noites de sono são fatores que potencializam os efeitos do suplemento.Apesar dos benefícios observados, o ômega-3 não é um “remédio milagroso” para melhorar o desempenho nos estudos. Seu uso deve ser entendido como um apoio dentro de um conjunto de hábitos saudáveis. Também é importante verificar a qualidade dos suplementos disponíveis no mercado, preferindo aqueles com certificações que garantam a pureza e a concentração dos ácidos graxos.“O uso de ômega-3 é seguro para adolescentes, especialmente em doses fisiológicas (500 a 1000 mg de EPA + DHA por dia). É um suplemento bem tolerado, com raros efeitos colaterais, sendo os mais comuns são leve desconforto gastrointestinal ou gosto residual de peixe. A única contraindicação relativa é para quem tem distúrbios de coagulação ou usa anticoagulantes, já que o ômega-3 tem leve efeito fluidificante. Mesmo nesses casos, é possível usar sob orientação médica”, detalha Gabriela Rossmam, nutróloga, especializada em Nutrologia Esportiva e Medicina Funcional Integrativa.Os alimentos mais ricos em ômega-3 são, em sua maioria, peixes de águas frias e profundas, além de algumas sementes, oleaginosas e óleos vegetais. Veja os principais:SalmãoSardinhaAtumArenqueCavala (ou cavala-verdadeira)TrutaPor que Ômega 3 é essencial para a saúde