IA que cria músicas é acusada de roubar canções do YouTube em processo

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Uma associação que representa gravadoras dos Estados Unidos reforçou as denúncias de pirataria contra a Suno, uma plataforma de inteligência artificial (IA). O serviço, que é especializado em criar músicas com base em descrições de texto, responde a um processo de violação de direitos autorais no país.A ação judicial da Associação da Indústria de Gravação dos EUA (RIAA, na sigla original em inglês) começou em junho do ano passado, ainda não foi julgada e agora recebeu alterações na queixa originalmente registrada. As gravadoras Universal Music Group, Warner Music Group e Sony Music Entertainment agora dizem que o serviço roubou conteúdos especificamente do YouTube.O documento alega que a Suno converteu e baixou "milhões de gravações de áudio protegidas por direitos autorais" do serviço de streaming. Todo esse material teria sido usado para alimentar e treinar os modelos de linguagem do chatbot, que cria canções com instrumentos e até vocais de qualquer gênero ou tema.A acusada teria feito isso até mesmo burlando os algoritmos e mecanismos de proteção da plataforma de vídeos, o que pode fazer com que o próprio YouTube tenha que depor no caso — a plataforma tende a ser menos rígida com o uso de IA, mas pretende fechar acordos para o uso desses materiais direito com artistas e gravadoras.O que a Suno diz sobre o casoNa defesa até o momento, a Suno declarou que todo e qualquer material que eventualmente foi usado para alimentar o modelo de linguagem se enquadra no conceito de uso justo (fair use);Essa é uma definição jurídica dos EUA que libera o uso ou a reprodução de um conteúdo sem a necessidade de autorização do detentor dos direitos, caso o objetivo cumpra determinados pré-requisitos — como para fins de comentário, críticas, pesquisa, jornalismo e educação;Até o momento, a companhia não comentou as novas alegações de download ilegal de materiais do YouTube. Esses dados foram obtidos de um estudo feito por um órgão de produção musical e inclui planilhas que supostamente mostram a atividade;O Suno pode se apoiar juridicamente em um processo similar ainda em andamento: a ação contra o chatbot Claude, da Anthropic. A plataforma foi acusada de armazenar livros e copiá-los sem autorização — e, no acordo que quase foi selado entre as partas, o fair use foi aceito.O processo pede uma indenização de US$ 150 mil (ou pouco mais de R$ 800 mil em conversão direta de moeda) por obra que teve os direitos infringidos, além de US$ 2,5 mil (cerca de R$ 13,3 mil) por cada operação para ultrapassar as barreiras técnicas do YouTube. Além disso, a Suno deve ser proibida de continuar utilizando os materiais e “raspando” dados do serviço de vídeos. O valor alto pela solicitação é defendido pela acusação pela avaliação de mercado de US$ 500 milhões da startup após os últimos investimentos, além da base de ao menos 12 milhões de usuários.Sabia que um dos atuais objetivos de empresas de IA é desenvolver algo próximo de um tradutor universal? Conheça alguns desses projetos já lançados para converter mensagens em tempo real.