Homem que matou namorada passou em pedágio com vítima como “motorista”

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Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o carro onde estavam Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, e o namorado Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, passa por um pedágio em Minas Gerais. O detalhe é que a mulher, que já estaria morta, ocupa o banco do motorista, enquanto o homem está como passageiro. Alison confessou que simulou um acidente de trânsito em Itaúna (MG), no último domingo (14/12), para encobrir o crime de feminicídio.Veja o vídeo:  Leia também BrasilReviravolta: homem simula acidente para esconder feminicídio em Minas BrasilFeminicídio: mulher é morta a facadas pelo marido em MS Demétrio VecchioliVereadora quer que suspeito de feminicídio devolva R$ 12 milhões a SP BrasilSerial killer que confessou feminicídios começa a ser julgado em Goiás Vítima desacordadaA Polícia já havia considerado o feminicídio após a análise de imagens de câmera de segurança de uma praça de pedágio, que flagrou o carro onde Henay estava minutos antes de colidir contra um ônibus de turismo na MG-050. Alison também estava no veículo.As imagens registradas na praça de pedágio mostram Henay sentada no banco do motorista, aparentemente desacordada, enquanto o companheiro estava no banco do passageiro. No vídeo, ele aparece pagando a tarifa e esticando o corpo para alcançar o volante, conduzindo o carro de forma improvisada. A situação chamou a atenção da atendente do pedágio, que chegou a questionar se estava tudo bem.Segundo a polícia, Alison afirmou que a companheira estava passando mal. De acordo com a corporação, a funcionária sugeriu que o homem parasse o carro para atendimento e que ele indicou que faria o recomendado. No entantou, seguiu viagem.O acidente, no qual o veículo em que os dois estavam invadiu a contramão e atingiu um ônibus, aconteceu cerca de nove minutos depois. A morte de Henay foi constatada no local.Preso no velórioAlison foi detido na manhã dessa segunda-feira (15/12), durante o velório de Henay, em Divinópolis (MG). Além do vídeo, a Polícia Civil apontou contradições entre a dinâmica do acidente e as lesões apresentadas por Henay. Segundo a apuração, os ferimentos observados no corpo da vítima não seriam compatíveis apenas com o impacto da batida.A investigação do caso foi aprofundada após os investigadores passarem a considerar a possibilidade de a vítima já estivesse inconsciente antes da batida. Em razão das inconsistências, novos exames periciais foram solicitados. O sepultamento chegou a ser adiado para a realização de exames complementares.De acordo com a análise de peritos, que apuraram as imagens do acidente, seria improvável que só a colisão tivesse causado a morte da mulher. Por isso, o caso passou a ser tratado oficialmente sob a ótica de possível homicídio, com indícios de feminicídio.Relacionamento tinha histórico de violênciaApós a mudança no caso, a investigação também passou a considerar mensagens, fotografias e registros de atendimentos médicos que indicariam um possível histórico de violência doméstica. A polícia aponta que o contexto ajudou a explicar os indícios levantados e a reforçar a suspeita de que a morte de Henay poderia não ter sido um evento isolado.Os celulares da vítima e do investigado foram apreendidos e encaminhados para análise pericial. A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo de necropsia e a conclusão das oitivas para avançar no inquérito.