Elon Musk conseguiu reativar o seu pacote de remuneração de 2018 como CEO da Tesla (TSLA34), depois que a Suprema Corte de Delaware derrubou a decisão de um juiz que dizia que o bilionário teria influenciado de forma indevida os membros do conselho que criaram o plano de pagamento.Nesta sexta-feira (19), um tribunal concluiu que o homem mais rico do mundo tem direito a um plano de remuneração baseado em ações, que hoje vale cerca de US$ 140 bilhões. Quando os diretores da Tesla aprovaram esse pagamento, ele foi o maior já concedido a um executivo nos Estados Unidos. Desde então, foi superado por outro plano que pode chegar a valer 1 trilhão de dólares para Musk, caso ele cumpra metas futuras.O plano de remuneração de Musk de 2018 estava suspenso depois que um investidor conseguiu barrar o pagamento em Delaware, onde a Tesla estava registrada na época. Os acionistas da Tesla votaram duas vezes, e de forma esmagadora, a favor do plano, que valorizou muito à medida que as ações subiram de cerca de 20 para quase 500 dólares em sete anos. O investidor que contestou o pagamento tinha apenas nove ações, segundo documentos do processo.Em decisão unânime, o tribunal de Delaware afirmou que cancelar todo o pagamento do CEO “deixa Musk sem receber pelo seu trabalho e dedicação durante seis anos.”A decisão derrubou o veredito da juíza chefe do Tribunal de Chancelaria, Kathaleen St. J. McCormick, que em janeiro de 2024 havia considerado que os diretores da Tesla tinham muitos conflitos de interesse com Musk — que é o maior acionista da empresa — para elaborar corretamente o plano de remuneração. A decisão gerou críticas de grupos empresariais e do próprio Musk, que acusou os juízes de Delaware de serem contra os negócios e de colocar injustamente os holofotes nos acionistas controladores.Desde então, Musk começou uma campanha para convencer outras empresas a tirarem suas sedes de Delaware, que é onde mais de 60% das empresas da Fortune 500 estão registradas. Musk mudou a sede da Tesla, da SpaceX e de outras empresas para o Texas e Nevada.Isso levou a uma mudança na lei de Delaware, com apoio do governador democrata Matt Meyer, que dificultou processos contra grandes empresas como a de Musk, numa tentativa de evitar que mais companhias saiam do estado. Críticos dizem que a mudança facilitou demais as regras para analisar acordos internos.Nem a Tesla nem os advogados do acionista que contestou o pagamento comentaram o caso.Musk, que cofundou a Tesla, reclamou que a longa disputa judicial fez com que ele não recebesse por seis anos de trabalho, período em que transformou a fabricante de carros elétricos em uma das empresas mais valiosas e conhecidas do mundo. Segundo o Bloomberg Billionaires Index, Musk tem um patrimônio estimado em cerca de US$ 643 bilhões.Depois que a Tesla mudou sua sede para o Texas, os diretores criaram em agosto um pacote provisório de remuneração avaliado em US$ 30 bilhões em ações para compensar Musk, caso a Suprema Corte de Delaware não reativasse o plano original.Para dar ainda mais incentivos, os acionistas aprovaram em 6 de novembro um plano baseado em ações que pode fazer de Musk o primeiro trilionário da história e aumentar sua participação na Tesla para 25% ou mais na próxima década. Para receber, ele terá que cumprir várias metas, como vender um milhão de robôs com inteligência artificial e colocar um milhão de robôs-táxis autônomos nas ruas.Na mesma reunião de novembro, os acionistas aprovaram um plano separado para repor um fundo especial de ações que permitiria ao conselho dar mais ações a Musk caso a Tesla perca o recurso em Delaware para reativar o plano de 2018.© 2025 Bloomberg L.P.The post US$ 140 bi: plano de pagamento de Musk na Tesla é reativado após 7 anos de disputa appeared first on InfoMoney.