A Rede D’Or São Luiz (RDOR3) aprovou na sexta-feira (12) pagamento de dividendos intermediários, dividendos intercalares e juros sobre capital próprio que, juntos, somam aproximadamente R$ 8,12 bilhões, equivalentes a rendimento (yield) de 7,9%. Às 11h10, as ações da rede hospitalar subiam 4,02%, a R$ 46,81.O valor aprovado superou as expectativas do BTG Pactual, sinalizando elevada confiança da administração na geração futura de caixa. A companhia optou por antecipar pagamentos para mitigar riscos tributários associados à nova legislação sobre dividendos. Com isso, a alavancagem financeira pro forma deve subir para cerca de 2,1 vezes Dívida Líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). “Apesar disso, a capacidade de investimento não deve ser comprometida, dada a elevada liquidez e posição de caixa robusta”, na avaliação do BTG.Leia tambémMercado se anima com Kast e vê chance de avanço em reformas e ajuste fiscal no ChileVitória de ultraconservador defensor de Pinochet anima investidores, mas execução das promessas e apoio no Congresso serão decisivosBoletim Focus: expectativa para inflação em 2025 recua pela 5ª semana consecutivaA mediana para o IPCA caiu de 4,40% para 4,36%, enquanto as estimativas para o câmbio foram mantidas em R$ 5,40 por dólarA expectativa é de geração superior a R$ 5 bilhões em fluxo de caixa para o acionista no próximo ano. A alavancagem tende a recuar com expansão do EBITDA. A tese de investimento segue intacta. A companhia permanece como Top Pick do BTG, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 57.Segundo a avaliação do Itaú BBA, trata-se de um retorno robusto aos acionistas, sem aumento relevante da alavancagem financeira. O anúncio representa um payout (dividendo em relação ao lucro) significativo para os investidores, equivalente a um dividend yield de 9,5%, considerando todos os pagamentos anunciados até 2025, incluindo os divulgados neste fim de semana, sem provocar elevação material da alavancagem.Com essas distribuições, a estimativa do BBA é que a relação dívida líquida/Ebitda da companhia suba apenas de 1,0 vez no terceiro trimestre de 2025 (3T25) para 1,4 vez no quarto trimestre de 2025 (4T25).Alguns investidores questionaram se a decisão poderia sinalizar uma redução dos investimentos (capex, gastos de capital), o que poderia desacelerar os planos de expansão hospitalar. No entanto, a leitura do BBA é de que o anúncio dos dividendos indica que a administração espera forte geração de caixa no curto prazo, mesmo considerando a execução do plano de expansão.O Itaú BBA reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 58.Apesar de o pagamento adicional antes da nova regra tributária não ser uma surpresa, o JPMorgan destaca que a magnitude da distribuição chama atenção, pois deve elevar a alavancagem para cerca de 3,0 vezes a relação dívida líquida/EBITDA ao final de 2025, aproximadamente 0,8 vez acima da estimativa anterior do banco. Além disso, a menor posição de caixa tende a reduzir a receita financeira, o que pode levar a uma queda de cerca de 10% nas projeções de lucro por ação (EPS).Ainda assim, o JPMorgan avalia que o movimento não compromete a capacidade de crescimento orgânico da companhia, já que o pipeline adicional de expansão deve ficar mais concentrado no longo prazo, provavelmente após 2028. Por outro lado, a decisão limita o espaço para aquisições relevantes (M&A) financiadas em caixa, a menos que envolvam troca de ações, cenário que não é comum no histórico da Rede D’Or.Com as ações sendo negociadas a 17,5 vezes o lucro estimado para 2026 e 14,6 vezes para 2027, o JPMorgan reafirma a recomendação overweight e preço-alvo de R$ 50, destacando que a tese de investimento e as tendências operacionais da Rede D’Or permanecem inalteradas.O Goldman Sachs também avalia de forma positiva o anúncio da Rede D’Or sob três perspectivas principais. Primeiro, o banco destaca que, ao seguir o exemplo de outras companhias brasileiras listadas, a Rede D’Or optou por realizar a distribuição de dividendos ainda em 2025, evitando a tributação de 10% sobre dividendos que poderá incidir caso o pagamento ocorra em 2026.Em segundo lugar, o Goldman Sachs observa que o tamanho da distribuição extraordinária superou as expectativas de parte do mercado, que giravam em torno de um pagamento entre R$ 5 bilhões e R$ 5,5 bilhões, ou cerca de 0,5 vez o EBITDA. Na visão do Goldman Sachs, o aumento adicional de alavancagem decorrente de dividendos maiores do que o esperado, levando a relação dívida líquida/EBITDA para cerca de 2,2 vezes em 2026, ante 2,0 vezes em base pro forma, considerando o pagamento da tranche de R$ 2,1 bilhões no primeiro ou no último dia de 2026, implica riscos pouco relevantes, diante das perspectivas robustas de geração de caixa da Rede D’Or.Por fim, o Goldman Sachs considera que a decisão representa uma alocação de capital adequada, especialmente em um contexto no qual potenciais aquisições (M&A, fusões e aquisições) tendem a parecer menos atrativas, diante do nível elevado das taxas de juros no Brasil e de um ambiente operacional mais desafiador para diversos ativos do setor de saúde, em particular hospitais. Ao mesmo tempo, a forte geração orgânica de caixa da Rede D’Or já é suficiente para sustentar seus projetos de crescimento orgânico. O banco mantém recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 52 para 12 meses.The post Rede D’Or salta após proventos de R$ 8 bi e reforço em confiança na geração de caixa appeared first on InfoMoney.