O Itaú BBA elevou sua recomendação para a LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, de neutra para a compra e também aumentou o preço-alvo de R$ 4,90 para R$ 6,20. O time do banco destaca, entre os motivos, o fato de o crescimento da receita do e-commerce estar “decolando” e o melhor fluxo de caixa. Nesta terça-feira (16), as ações da empresa caem 2,25% por volta das 13h30, a R$ 4,35. Quando iniciamos a cobertura de LWSA em junho, vimos a decisão da gestão de enxugar o portfólio de marcas como o caminho correto, mas aguardávamos evidências de que isso se traduziria em melhores tendências de crescimento em Commerce. A LWSA nos surpreendeu positivamente”, diz o time do banco, liderado por Maria Clara Infantozzi. A receita nesta frente de negócio cresceu 16,6% na base anual no terceiro trimestre de 2025 (3T25), ante alta de 8,5% um ano antes. Para os analistas, isso indica que os esforços de simplificar operações e monetizar a base de clientes já existente estão dando resultado – e há mais a ser captado. “Olhando adiante, vemos oportunidades adicionais de cross-selling (venda cruzada) e up-selling (aumento de ticket). Elas devem sustentar uma aceleração gradual do crescimento nos próximos trimestres, representando chance de alta para nossa projeção de GMV de 16,5% em 2026”, afirma a equipe, citando ainda a possível queda dos juros como mais um vento favorável. Do outro lado, dos gastos, o BBA menciona que as vendas da Squid (por R$ 45 milhões) e da carteira da Nextior liberaram tempo de gestão e capital. “Isso permite a LWSA focar em ativos-chave como a Bling, a Tray e a Wake”, dizem. “O perfil de margens do grupo melhora com a saída de operações de baixa margem, deixando o cenário mais favorável”. A LWSA teve margem Ebitda ajustado de 20,5% no terceiro tri, contra 19,6% um ano antes. Para 2026, o BBA vê a empresa entregando um crescimento de margem de 74 pontos-base, para 23,5%. Além disso, o banco também enxerga a receita líquida saltando 11%, para R$ 1,58 bilhão, descontando ativos vendidos e mantidos à venda. Esses fatores, somados a menores pagamentos de earn-out (clausulas de fusões e aquisições), devem levar a um melhor fluxo de caixa livre. “Além disso, a LWSA se beneficia de eficiências fiscais em caixa decorrentes da amortização de ágios de aquisições passadas”, acrescenta o banco. Quando a empresa comprou outras companhias, ela pagou um valor acima do patrimônio contábil delas, o que é chamado de ágio. Esse valor pode ser amortizado ao longo do tempo após a incorporação da empresa adquirida. O Itaú BBA enxerga um Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 121 milhões, proveniente das eficiências fiscais geradas pela amortização de ágios. A quantia foi incorporada no valuation (medido pelo múltiplo preço/lucro) ajustado para 2026 – de 15,3x na visão do BBA. Por fim, o banco também enxerga a LWSA negociando abaixo dos seus pares de TMT (Technology, Media and Telecommunications) domésticos quando o assunto é preço sobre projeção de crescimento de lucros, negociando a 0,9x. “Em comparação com pares globais, a ação negocia com 58% de desconto (P/L não-GAAP), apesar da melhora operacional. Esse nível parece excessivo e um fechamento modesto do gap pode levar a uma alta relevante”, diz.