A Tigre, conhecida por sua tradição no setor de construção civil, está prestes a completar 85 anos em 2025 com mais de 5.000 colaboradores e presença em mais de 30 países.Apesar de estar associada ao negócio de tubos e conexões, a empresa expandiu bastante sua área de atuação para o agronegócio. A companhia fornece soluções para irrigação, um setor muito forte no Brasil com grande potencial de crescimento, já que apenas cerca de 8% da área plantável do país é irrigada, o que representa uma oportunidade para aumentar a produtividade.Luiz Felipe Dau, CEO da companhia, completou, em outubro, um ano à frente do negócio. “Hoje, a Tigre é muito mais do que tubos e conexões. Estamos presentes no setor de saneamento, agro e muitos outros”, afirmou em entrevista exclusiva ao InfoMoney. A conversa aconteceu após a premiação As Marcas Mais Valiosas do Brasil, realizada pelo InfoMoney em parceria com a TM20Branding. Na ocasião, a Tigre foi consagrada como a marca mais valiosa do setor de materiais para construção. Ao InfoMoney Entrevista, Dau fez um balanço do seu primeiro ano e falou sobre os planos para o futuro. Confira, abaixo, trechos da conversa:InfoMoney: A Tigre é uma empresa com mais de 80 anos, que é muito associada ainda a tubos e conexões, mas a Tigre já é muito maior do que isso. Queria que você desse um panorama um pouco do que a empresa hoje.Dau: A Tigre é muito mais do que tubos e conexões hoje. A gente está muito presente no setor de saneamento, não só com tubos e conexões, mas com estações de tratamento de efluentes. A Tigre também é ferramentas para pintura, toda parte de pincéis, rolos, trinchas, e também é líder desse mercado, assim como em equipamentos elétricos para construção civil.A Tigre é uma empresa que está em vários segmentos diferentes, incluindo irrigação. No Brasil, fornecemos soluções para o agro. Nos Estados Unidos, fornecemos soluções de irrigação para jardinagem, muito comum nas casas americanas, e para campos de golfe. A Tigre é muito mais que Brasil. Estamos nos Estados Unidos com três unidades e na América Latina, estamos presentes com operações em cinco países: Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru e Bolívia. Como marca e produtos, estamos em mais de 30 países, 5.000 funcionários e uma paixão enorme pela marca. InfoMoney: Como que as tarifas dos Estados Unidos, por exemplo, impactaram de alguma forma o negócio da empresa?Dau: De forma direta, a gente não foi impactado, porque a gente produz para o país em que está. De forma indireta, sim, em especial nos Estados Unidos. Com as discussões de tarifas, o custo de construção de uma casa nos Estados Unidos ficou mais elevado. Com o custo mais elevado, o mercado se retrai um pouco mais. Indiretamente, somos impactados por um mercado mais retraído lá, mas no Brasil e na América Latina não houve impacto significativo para nós.InfoMoney: Que outros números que a empresa pode abrir de faturamento, de receita?Dau: Olhando o primeiro semestre desse ano versus o primeiro semestre do ano passado, a gente cresceu em torno de 9% a receita, mesmo em um mercado retraído. O EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ajustado por itens não recorrentes) também cresceu 10%. Hoje, o Brasil corresponde a 66% da nossa receita global, enquanto 33% vem de América Latina e Estados Unidos.InfoMoney: Quais são as avenidas de crescimento que a Tigre observa hoje?Dau: Primeiro, saneamento. Com o Marco do Saneamento, que trazia a universalização do tratamento de efluente e esgoto para o Brasil até 2033, essa é uma avenida importante de crescimento. Hoje, em torno de 45% da população brasileira não tem esgoto ou efluentes tratados. É uma questão social e ambiental muito importante. Obras de infraestrutura vão necessitar tubos e conexões e estações de tratamento de efluentes.A segunda vertente é a irrigação. Hoje, em torno de 8% da área plantável do Brasil é irrigada. Há uma oportunidade de crescimento de irrigação e de produtividade para o Brasil ser um país de fonte de alimentação para o mundo inteiro.A Tigre é uma marca de construção civil e vê oportunidades importantes em varejo, em capilaridade e em construtoras, trabalhando mais próximos ainda, com a capacidade técnica que a Tigre tem. E sem esquecer dos Estados Unidos, onde temos três plantas. É um mercado enorme que tem uma certa retração, mas que vemos o mercado de casas unifamiliares e multifamiliares crescendo.Portanto, nossas avenidas são: saneamento, irrigação, construção civil e Estados Unidos. Nosso grande desafio vai ser como priorizar. InfoMoney: Como não perder o foco com essas frentes tão diferentes de crescimento?Dau: É sempre ter em mente, com um time, priorização e uma disciplina de execução muito clara. Isso para mim é fundamental. É como a gente prioriza as iniciativas de mais impacto em cada um desses segmentos e foca em entregá-las com excelência. É olhar cada segmento, priorizar, focar com excelência, com o que a gente chama de atitude de dono.The post CEO da Tigre: Saneamento, irrigação, construção e EUA são as avenidas de crescimento appeared first on InfoMoney.