Renda fixa mantém atratividade após manutenção da Selic; saiba onde investir

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A taxa Selic segue em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos, pelo menos até o próximo dia 28 de janeiro. Foi o que decidiu na última quarta-feira (10) o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O comunicado do BC foi considerado duro e não deixou pistas sobre o tão esperado corte de juros. Com isto, a renda fixa ganha fôlego como classe que permite ganhos relevantes com baixo risco. Mesmo quando os juros forem cortados, a Selic terminal deve permanecer elevada e com taxa de juros implícita “bastante atrativa para ativos de menor risco, como Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs”, diz Bruno Perri, sócio-fundador da Forum Investimentos. Leia também: Em quais ações investir e o que evitar após a manutenção da Selic?A queda iminente dos juros e a Bolsa próxima do patamar recorde não ameaçam a atratividade da renda fixa, segundo Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos. Ele explica que a renda fixa serve como ferramenta de proteção e oportunidade de ganho sem oscilações: “com a Bolsa nas máximas, o risco de uma correção aumenta e renda fixa serve como seu airbag, seu patrimônio está seguro ali”.Além disso, o momento permite ganho de capital com a valorização dos títulos, lembra Patzlaff. “É como ter comprado um imóvel barato que agora, com a queda dos juros, todo mundo quer comprar de você mais caro”.Perri, Patzlaff e outros especialistas compartilharam suas recomendações para investimentos em renda fixa após a manutenção da Selic; confira: Títulos públicosPara os investidores mais conversadores, “nada muda” e o Tesouro Selic continua garantindo bom retorno, diz Rafael Winalda, especialista em renda fixa do Inter. O instrumento é indicado para as reservas de emergência e oportunidade.No entanto, Jeff Patzlaff alerta que “se você deixar todo seu dinheiro no Tesouro Selic agora, perderá a chance de garantir taxas altas no Tesouro Prefixado, de construir um patrimônio acima da inflação ao longo do tempo, ou oportunidades na bolsa”. Nesse contexto, aparecem as recomendações de compra do Tesouro IPCA+: “os títulos tendem a ter uma vantagem nesse momento, pois estão com juros reais muito atrativos, principalmente os que estão no miolo da curva de juros, com vencimentos entre 2029 e 2035″, diz Josias Bento, sócio da GT Capital. Para os investidores mais arrojados, Winalda recomenda papéis mais longos do Tesouro IPCA+, enquanto Perri prefere os papéis com vencimento em cerca de cinco anos, que oferecem taxas reais “muito atrativas. Nos prefixados, a recomendação de Otávio Araújo, consultor sênior da Zero Markets Brasil, é apostar nos vencimentos curtos a intermediários. Os investidores “podem travar taxas altas antes que a curva ceda mais”. Crédito privadoHá diferenças importantes na análise dos indexadores quando os objetos de análise são debêntures, CRIs, CRAs e outros instrumentos privados, segundo Josias Bento. “No crédito privado a dinâmica é menos sensível ao Copom e o que mais importa é spread de crédito, não só juros”, diz o especialista. Para Bento, as debêntures incentivadas estão entre os ativos mais indicados na renda fixa corporativa:  “os spreads ainda são interessantes, pois você trava taxas reais atrativas e tem isenção de Imposto de Renda, aumentando o retorno líquido”. Ativos emitidos por empresas de setores regulados, como energia, saneamento e infraestrutura, “continuam sólidos e previsíveis, perfeitos para momentos de incerteza fiscal”, diz o sócio da GT Capital. Ao longo do ano, os prêmios das debêntures ficaram abaixo do ideal na avaliação de gestores de fundos de crédito privado, que buscaram nos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e em outros instrumentos alternativas para manter a rentabilidade das carteiras.  Leia também: Os fundos imobiliários que ganham do CDI mesmo com a Selic altaApós apresentarem spread médio de 1,7% além do CDI em outubro, os títulos que compõem o Idex-CDI Geral, da JGP, têm, em dezembro, prêmio médio de 2,4% além da referência da renda fixa. Já os spreads das debêntures de infraestrutura saíram do negativo em novembro. Perri diz que setores cíclicos – dependentes de juros mais baixos – requerem maior cautela. “Preferimos olhar setores mais defensivos, como utilidades públicas – energia e saneamento –, concessões rodoviárias – pela previsibilidade de receita, apesar da sensibilidade ao ritmo econômico – e setores intensos em geração de caixa, com margens altas, como o mercado imobiliário corporativo, que costuma também oferecer garantias importantes nas suas estruturas de crédito para emissões como CRIs”. Patzlaff também recomenda papéis dos setores de saneamento e energia elétrica: “têm contratos de longo prazo reajustados pela inflação e receita previsível, se chover ou fizer sol, a conta de luz chega e a empresa recebe, empresas de infraestrutura também são defensivas – concessões antigas com fluxo de caixa estável são ótimas para compor a parte de renda da sua carteira”.The post Renda fixa mantém atratividade após manutenção da Selic; saiba onde investir appeared first on InfoMoney.