A situação financeira dos produtores rurais seguiu piorando no terceiro trimestre. O número de pedidos de recuperação judicial no setor disparou 147,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2024, segundo monitoramento da Serasa Experian divulgado nesta segunda-feira.Leia tambémPrévia do PIB, dados da China, falas do Fed e mais destaques desta segunda-feiraInfoMoney reúne as principais informações que devem movimentar os mercados nesta segunda-feira (15)Justiça dos EUA aprova plano de recuperação da AzulA Azul entrou com pedido de recuperação judicial em Nova York em maio. O plano converte grande parte da dívida pré-existente em ações e permite que a empresa capte recursos com a venda de novos papéisDe julho a setembro, foram 628 pedidos de recuperação judicial, a maior quantidade de requisições desde 2021, início da série histórica da Serasa Experian. Os dados de 2025 têm vindo recorrentemente acima dos do ano passado, mas o quadro piorou no terceiro trimestre. No segundo trimestre,a alta em relação a um ano antes tinha sido de 31,7%.Momento desafiadorAo analisar os dados, em relatório, Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, definiu o momento como “desafiador”, “em especial para aqueles que já estão há alguns anos rolando dívidas sem fazer os ajustes necessários para diminuir custos, rever patrimônio e encerrar expansões mal planejadas”.O Brasil colheu mais uma safra recorde de grãos neste ano, e os primeiros prognósticos para a temporada 2025/2026 ainda apontam para uma colheita volumosa, mas isso não basta, como mostrou O GLOBO no início do plantio.Cotações de grãos em queda e insumos e juros em alta (mesmo com os subsídios do governo) vêm comprimindo as margens de lucro dos produtores desde a safra 2023/2024, levando a desequilíbrios financeiros que se acumulam como bola de neve.Pior para pessoas físicasO monitoramento da Serasa Experian considera pedidos de recuperação judicial tanto de produtores pessoas físicas quanto de empresas agrícolas.No terceiro trimestre, foram 255 requisições por parte de pessoas físicas, 140% acima de igual período de 2024.“A maior parte dos pedidos foi realizada por produtores rurais arrendatários ou de grupos econômico e familiares (84). Em sequência os grandes proprietários tiveram 69 requisições, seguidos pelos pequenos, com 58, e os médios, que marcaram 44 solicitações do recurso”, diz o relatório da Serasa Experian.Já entre as empresas agrícolas, foram 242 pedidos de recuperação judicial no terceiro trimestre, alta de 163% ante um ano antes.O total de requisições inclui ainda outras empresas da cadeia do agronegócios, fornecedores e prestadores de serviços, que fizeram 131 pedidos no terceiro trimestre, 134% a mais.“O segmento que mais buscou por recuperação judicial foi o de ‘Comércio atacadista de produtos agropecuários primários’ com 31 pedidos. Em seguida, entre aqueles com mais registros, ficou a ‘Indústria processamento de agroderivados’ (óleo e farelo de soja, açúcar, etanol, laticínios etc.), que somou 27 solicitações, e a ‘Agroindústria da transformação Primária’, com 25 requerimentos”, diz o relatório da Serasa.The post Pedidos de recuperação judicial no agro disparam 147% no 3º trimestre, diz Serasa appeared first on InfoMoney.