A criação de um auxílio financeiro para cuidadores não remunerados de pessoas idosas ou com deficiência tem ganhado espaço no debate público brasileiro, envolvendo proteção social, reconhecimento do trabalho de cuidado e sustentabilidade econômica de famílias em situação de vulnerabilidade, especialmente em lares onde um familiar, em geral uma mulher, deixa o mercado de trabalho para se dedicar integralmente ao cuidado.O que é o auxílio financeiro para cuidadores não remunerados?O chamado auxílio financeiro para cuidadores não remunerados é um benefício previsto em projeto de lei que altera a Política Nacional de Cuidados. A proposta estabelece pagamento mensal de até R$ 600 a quem presta cuidado contínuo a pessoas idosas ou com deficiência, sem receber salário por isso.A intenção é compensar, em alguma medida, a perda de renda gerada pela dedicação integral ao trabalho doméstico de cuidado. O valor se aproxima do Bolsa Família, buscando alinhamento entre programas de transferência de renda, sem substituir políticas existentes, mas atuando como complemento específico ao cuidador familiar.Quais são os requisitos para receber o auxílio ao cuidador?O projeto que trata do auxílio a cuidadores familiares fixa critérios claros para concessão e manutenção do benefício, com foco em famílias de baixa renda. Exige-se que o cuidado seja contínuo, direto e prestado na mesma residência da pessoa idosa ou com deficiência, garantindo que o benefício chegue a quem realmente dedica tempo integral a essa função.Além da exigência de convivência e dedicação principal ao cuidado, o texto também vincula o auxílio ao perfil socioeconômico da família, por meio do CadÚnico e de limite de renda. Entre os principais requisitos previstos estão:Prestar cuidado contínuo a pessoa idosa ou com deficiência, em caráter principal;Residir na mesma casa da pessoa cuidada;Não possuir trabalho remunerado que impeça ou comprometa o cuidado principal;Estar com o Cadastro Único (CadÚnico) atualizado;Ter renda familiar mensal por pessoa de até 1/4 do salário mínimo.O benefício poderá ser acumulado com outros programas de transferência de renda, desde que o total não ultrapasse um salário mínimo, com direito de opção quando necessário. Há também uma regra de transição: se a renda per capita superar o limite, a pessoa cuidadora poderá continuar recebendo metade do auxílio por até 24 meses.Como o auxílio a cuidadores será financiado e qual o impacto social previsto?Para viabilizar o auxílio financeiro aos cuidadores não remunerados, o projeto lista diferentes fontes de recursos. A principal é o Fundo Nacional de Assistência Social, que já financia outras ações da Política de Assistência Social, podendo ser complementado por parcerias, doações e fundos públicos com valores excedentes.A proposta retirou a previsão de benefício fiscal, por entender que incentivos tributários exigem legislação própria. Com isso, o foco permanece na transferência direta de renda ao cuidador e na integração com políticas de proteção social, contribuindo para reduzir pobreza, dar continuidade ao cuidado e reconhecer formalmente esse trabalho.Em que estágio está o projeto de auxílio financeiro a cuidadores?O texto que cria o auxílio financeiro para cuidadores não remunerados foi aprovado em uma das comissões temáticas da Câmara dos Deputados e ainda precisa cumprir outras etapas para se tornar lei. De forma conclusiva, passará por comissões ligadas a direitos da pessoa idosa, assistência social, família, finanças públicas e constitucionalidade.Somente após essa análise o projeto poderá seguir para o Senado Federal, onde poderá ser aprovado, alterado ou rejeitado. Enquanto o processo legislativo avança, o tema permanece no centro das discussões sobre trabalho invisível, envelhecimento populacional, inclusão de pessoas com deficiência e expansão da rede pública de cuidados em todo o país.O post Nova lei garante auxílio financeiro para cuidadores de idosos em casa a partir de 2025 apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.