Antes de integrar a Crypta e fundar o Cobra Spell, Sonia Anubis passou pelo Burning Witches. A guitarrista neerlandesa atuou na banda oriunda da Suíça entre 2018 e 2020, gravando os discos “Hexenhammer” (2018) e “Dance with the Devil” (2020), até que resolveu sair “por razões pessoais e com muita deliberação”, como ela indicou à época. Agora, a musicista diz ter vivido uma série de abusos nos bastidores, revelados numa sessão de perguntas e respostas nos Stories do Instagram (via Whiplash). Segundo a artista, a situação era “pior que a Dogma”, banda cujas ex-integrantes recentemente alegaram falta de pagamento adequado, alimentação insuficiente, visto de trabalho irregular, manipulação e misoginia.Sonia afirmou nunca ter recebido pelos álbuns gravados com o Burning Witches. Não só, como também contou ter sido proibida de dar entrevistas, de ter sido cobrada pela aparência de maneira problemática, além de outras questões. Ela explicou:“Eu nunca fui paga pelo Burning Witches como integrante oficial e nunca soube o porquê, talvez vocês devam perguntar a elas. Eu me entreguei completamente à banda e fui forçada a muitas coisas, como:Eu não tinha permissão para me apresentar sem maquiagem. O empresário delas me disse que eu ficava feia sem e que eu me tornava motivo de vergonha;Eu era obrigada a tocar sempre em pé, até mesmo em vídeos pessoais de guitarra;Eu era proibida de dar entrevistas porque diziam que era ruim eu falar sobre minhas influências, já que não combinavam com as delas;Falaram comigo de maneira extremamente rude e ofensiva,a ponto de eu passar muitos momentos chorando nos bastidores;Eu não podia usar meu nome artístico [usando Sonia Nusselder];Nunca recebi pelo meu trabalho como musicista de sessão em nenhum dos álbuns dos quais participei;E eu nunca falei a verdade na internet por causa do medo que elas colocaram em mim.”Diante do ocorrido, Sonia passou a buscar terapia para “recuperar a felicidade jovem” que, em suas palavras, foi “destruída” pelo Burning Witches. A experiência descrita como traumática fez com que evitasse trabalhar em bandas lideradas por outras pessoas e optasse apenas por projetos próprios, como ressaltou: “Luto todos os dias com a experiência horrível que tive com o Burning Witches. Destruíram o meu entusiasmo juvenil e zombaram da minha alegria, da minha felicidade jovem. Cada parte de mim que brilhava era vista como uma ameaça para elas — sempre encontravam uma forma de me quebrar e me diminuir. Eu estou lutando todos os dias para recuperar isso. E faço terapia por causa disso. Talvez isso ajude muitos de vocês a entenderem por que sou relutante em tocar em bandas lideradas por outra pessoa. Tenho muitos traumas e não consigo mais fazer isso por causa do medo e dos danos que isso me causou. Vou continuar tocando apenas na minha própria banda e/ou como artista solo, porque é onde me sinto segura. A música significa muito para mim e simplesmente não quero mais correr o risco de me machucar.Me recuso a vender minha alma para um empresariado que abusa da minha arte e do meu (infelizmente) inocente entusiasmo e paixão. Quem me conhece sabe como eu sou e como eu trabalho. Eu realmente nunca liguei para dinheiro (e eu deveria, sou péssima nisso porque simplesmente não me importo com dinheiro — prefiro trabalhar em outro emprego para bancar minha música). Sempre trabalhei pela felicidade — especialmente pela felicidade das pessoas ao meu redor, e não pela minha própria. E fui muito abusada por causa disso — muito mesmo.”Por fim, quando perguntada a respeito, a guitarrista traçou uma comparação com a Dogma e destacou: “[A situação do] Burning Witches é pior. As integrantes da Dogma ao menos receberam pagamento e tinham um contrato que deixava claras as condições. Eu não tinha nada. Apenas uma guitarra Jackson Warrior, que comprei com as economias do meu trabalho como desenvolvedora web, e uma quantidade infinita de paixão e motivação.”Até o momento, o Burning Witches não emitiu nenhum pronunciamento a respeito das acusações. Atualmente, a formação é composta por Laura Guldemond (voz), Romana Kalkuhl (guitarra), Courtney Cox (guitarra), Jay Grob (baixo) e Lala Frischknecht (bateria).Quer receber novidades sobre música direto em seu WhatsApp? Clique aqui!Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.O post Burning Witches tratam musicistas “pior que a Dogma”, diz Sonia Anubis apareceu primeiro em Igor Miranda.