Desembargador encontrou Bacellar na véspera de prisão de TH Jóias, diz PF

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A representação da PF (Polícia Federal), que resultou na prisão do desembargador Macário Júdice Neto, do TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), revela que ele esteve com o presidente afastado da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) numa churrascaria no Aterro do Flamengo, na véspera da operação da Polícia Federal contra o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias.Segundo a PF, o encontro foi registrado por meio de mensagens encontradas no celular de Bacellar. O deputado teria avisado seu assessor Rui Carvalho Bulhões que estava no restaurante com o desembargador.A decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), descreve uma sequência de fatos que embasou a investigação sobre suposto esquema de vazamento de informações sigilosas envolvendo autoridades públicas e integrantes de organizações criminosas no Rio de Janeiro.Segundo a cronologia apresentada, as apurações tiveram início a partir de investigações da Polícia Federal sobre o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, no âmbito da chamada Operação Oricalco.Durante a análise de dados telemáticos e de inteligência, surgiram indícios de que informações sensíveis sobre diligências policiais estariam sendo repassadas antecipadamente a investigados.Veja a cronologia dos fatos narrados pela PFNo dia 1º de setembro, o desembargador Macário Ramos Judice Neto, preso nesta terça-feira (16), determinou judicialmente a operação Oricaldo em face ao ex-deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias, entre outros.No dia 2 de setembro, às 11h16, por meio de sua assessoria o desembargador é informado que a polícia iria realizar a operação no dia seguinte.No mesmo dia, às 21h01, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, comunica a TH Joias a ocorrência da operação.Às 22h, identificou-se um encontro entre Bacellar e o desembargador federal Macário Ramos Judice Neto numa churrascaria no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.Logo depois, às 22h12, Bacellar trocou mensagem com seu assessor Rui Carvalho Bulhões Júnior, em que afirmou estar em reunião com o desembargador.No dia 3 de setembro, data da deflagração da operação policial, Bulhões Junior fez uma chamada de voz não atendida ao deputado.Nos minutos seguintes, às 6h27, Bacellar encaminhou uma mensagem ao assessor. Segundo a Polícia Federal, “indicando alinhamento na organização de tarefas e deslocamentos, sem mencionar expressamente a operação”.