Homem que forjou morte de mulher já tinha queixa por violência doméstica

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Alisson de Araújo, de 43 anos, apontado como o autor do feminicídio da própria esposa, Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, já tinha passagens pela polícia por violência doméstica e por dirigir embriagado. As informações foram confirmadas em coletiva de imprensa realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais, nesta terça-feira (16).Além da morte da mulher, o suspeito também teria tentado forjar um crime de trânsito na MG-050, em Itaúna, na região oeste mineira, para encobrir o crime. Alisson foi preso em flagrante, na segunda-feira (15), no velório da própria vítima. Leia Mais SP: Mulher arrastada na Marginal deve passar por nova cirurgia nesta semana Personal trainer morre após atear fogo em si e na esposa em Alagoas Feminicídio: enfermeira é morta em Alagoas; suspeito, marido PM é preso O casal estava junto há pouco mais de um ano e viviam há cerca de sete meses no apartamento de Alisson, em Belo Horizonte. Familiares relataram às autoridades que o relacionamento dos dois era conturbado e que ela sofria com agressões.Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (16), o delegado João Marcos, responsável pelo caso, afirmou que apesar do histórico criminal, o registro de violência doméstica não foi feito por Henay contra o sujeito, mas por outra mulher, há cerca de dois anos, em 2023.Os familiares tinham ciência desses fatos, orientavam ela, mas ela talvez por medo tenha omitido essa informação e não tenha registrado junto à polícia qualquer mentira protetiva. Ela não fez qualquer registro de boletim pedindo essa providência. É um histórico perturbado desse relacionamento.Delegado João Marcos, responsável pelo casoA suspeita de que ele seria autor do crime surgiu após a funcionária do pedágio estranhar a situação e acionar a polícia. A própria família de Henay também suspeitou do “acidente” como causa da morte da mulher.Aos investigadores, o homem alegou que havia bebido na noite de sábado (13) e que por isso a mulher estava conduzindo o veículo no momento do acidente. Alisson também confessou que agrediu a companheira diversas vezes antes de passar pelo pedágio. Ele relatou que empurrou Henay, bateu a cabeça dela contra o veículo e pressionou o pescoço da vítima pelo lado direito.A Polícia Civil de Minas Gerais já pediu pela conversão da prisão do indivíduo em preventiva, que deve ser analisada pela Justiça após a audiência de custódia. Ele segue preso.Mulher passa pelo pedágio desacordadaAutoridades também tiveram acesso às imagens do pedágio em que o casal passava com um carro. Os vídeos mostram Alisson no banco do passageiro, enquanto Henay estava no banco do motorista.O homem faz o pagamento e a atendente observa a mulher desacordada. Para os policiais, ela relatou que havia perguntado ao homem sobre o estado da mulher, e ele afirmou que ela estaria apenas passando mal. Acrescentou ainda, que percebeu que o homem estava agitado, muito suado e com arranhões pelo rosto.A vítima Henay estava totalmente inconsciente no banco do motorista. Totalmente inerte sem qualquer movimento. Indicativo ali de que não tinha consciência. Então foi possível verificar que ele tomava a direção do banco do passageiro, a direção do veículo e com um dos pés acionava o freio e o acelerador. Isso chamou a atenção também da funcionária da praça de pedágio. Essas imagens chegaram até nós policiais. Passamos a fazer levantamentos, né, em local ouvindo os familiares da vítima.Delegado João Marcos  https://admin.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2025/12/WhatsApp-Video-2025-12-16-at-14.59.34.mp4Nova necropsia apontou sinais de asfixiaInicialmente, a morte foi tratada como consequência de um acidente de trânsito. No entanto, após a chegada das novas informações, o corpo foi submetido a uma segunda necropsia.“Dentro desses achados, a gente conclui que a vítima, ela, pode ter tido o mecanismo de trauma cranioencefálico como causa do óbito ou uma asfixia por constrição cervical externa como causa do óbito. Então, todas as duas possibilidades são possíveis dentro de um contexto médico-legal”, explicou o médico-legista Rodolfo Ribeiro.Confessou as agressões; contradições no depoimentoSegundo o delegado do caso, apesar do inquérito ainda não estar concluído, os indícios reunidos até o momento são “muito fortes” e sustentam a acusação de feminicídio. A polícia ainda aguarda exames de DNA, análise de imagens do prédio onde o casal morava e registros de câmeras de segurança para concluir o caso.*Sob supervisão de Pedro Osorio