Violência: Justiça proíbe auditor da CGU de se aproximar de criança

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) concedeu, nessa quarta-feira (24/12), medidas protetivas contra o auditor da Controladoria-Geral da União (CGU), David Cosac Júnior, 50 anos. O servidor público foi flagrado em vídeo agredindo uma mulher de 40 anos e o filho dela, uma criança de quatro, em Águas Claras, no Distrito Federal.A gravação do episódio de violência doméstica foi revelada pela colunista Mirelle Pinheiro, na última terça-feira (23/12).O Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras concedeu as medidas em favor da criança.Por sua vez, a mulher dispensou medidas protetivas para si mesma. Ela justificou que ambos trabalham no mesmo órgão e moram próximos, e que ele teria garantido que não a procuraria. No entanto, considerou prudente a proteção para o filho.As medidas protetivas estabelecidas pela Justiça determinam que David está proibido de se aproximar da vítima, devendo manter uma distância mínima de 300 metros. Além disso, foi imposta a proibição de manter contato com o menor por qualquer meio de comunicação.Por fim, o agressor está impedido de frequentar o endereço residencial da criança em Águas Claras, medida que visa preservar a integridade física e psicológica do ofendido.3 imagensFechar modal.1 de 3O homem agride a mulher e a criança com tapas e socosReprodução/Linkedin2 de 3O homem não foi presoReprodução/Web3 de 3As agressões foram registradas pelas câmeras de monitoramento do prédio O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou, nesta quinta-feira (25/12), sobre o caso do servidor. O presidente afirmou que determinou a expulsão do homem.“A agressão covarde de um servidor da Controladoria-Geral da União contra uma mulher e uma criança, divulgada em vídeo pela imprensa, é inadmissível e precisa de uma resposta firme do Poder Público, considerando tratar-se de um servidor federal. Por isso, determinei ao ministro Vinícius de Carvalho, controlador-geral da União, a imediata abertura de processo interno para responsabilização e expulsão do serviço público do agressor”, declarou Lula por meio de um post no X.Violência domésticaA coluna teve acesso a um vídeo que mostra Davi agredindo uma mulher e uma criança. A violência ocorreu por volta das 19h40 do dia 7 de dezembro, no estacionamento de um prédio residencial.Moradores que presenciaram as agressões relataram que acionaram a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após tomarem conhecimento do episódio. Apesar disso, o homem não foi preso.Nomeado em 2007 como analista de Finanças e Controle da CGU, ele passou a atuar, em 2016, como auditor federal de Finanças e Controle do órgão. A coluna apurou, por meio do Portal da Transparência, que o salário mensal recebido por ele gira em torno de R$ 25 mil. Nas imagens, a mulher aparece segurando a criança no colo, aparentemente dormindo sobre seu ombro, quando, de forma repentina, David avança contra os dois e passa a desferir tapas no menino.Em seguida, mãe e filho caem no chão, mas as agressões continuam. O auditor segue atacando as vítimas e chega a puxar a criança pelo braço. Na tentativa de protegê-lo, a mulher se deita sobre o menino.Após se levantarem, o homem volta a agredir a criança, desferindo um tapa violento na cabeça do garoto. Leia também BrasilLula determina expulsão de servidor da CGU flagrado agredindo mulher Paulo CappelliCGU anuncia medidas contra servidor que espancou criança e mulher Mirelle PinheiroQuem é o auditor da CGU flagrado agredindo mulher e criança no DF Mirelle PinheiroAuditor da CGU é flagrado agredindo mulher e criança em Águas Claras InvestigaçãoProcurada, a PCDF informou que, na data dos fatos, recebeu uma denúncia anônima relatando que um morador de um edifício em Águas Claras havia agredido uma mulher e o filho dela. A denúncia foi acompanhada por um vídeo das agressões.Uma equipe policial foi até o endereço, onde o suspeito recebeu os agentes na presença do subsíndico do prédio. Aos policiais, David alegou que havia encerrado o relacionamento com a mulher e que os dois se desentenderam, entrando em vias de fato.Segundo a corporação, o autor telefonou para a ex-namorada e repassou o aparelho a uma agente da delegacia, que conversou com a vítima. A mulher afirmou que havia terminado o namoro e que não desejava registrar ocorrência contra o agressor.Ainda conforme a PCDF, a agente orientou que a criança fosse apresentada na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) para, posteriormente, ser encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML).O subsíndico se comprometeu a preservar as imagens do episódio e apresentá-las à unidade policial. Ele afirmou, ainda, não ter conhecimento de episódios anteriores de violência doméstica envolvendo o suspeito.O caso é investigado pela Seção de Atendimento à Mulher da 21ª DP.Quem é o homemEm um perfil privado nas redes sociais, ele se apresenta como educador financeiro com atuação em investimentos na bolsa de valores e afirma ter “fé inabalável em Deus, no ser humano e no combate à corrupção”.O auditor também atua como palestrante. Em um anúncio feito pela Igreja Foi Por Você, ele é descrito como mestre em Ciências de Dados, servidor público, Master Coach e educador financeiro.“Acredita que toda abundância vem de uma mente saudável e positivamente transformada, tornando uma reação em cadeia. Pessoas mudando a vida de outras pessoas”, diz o texto.