Após golpe do Pix, Justiça determina que banco devolva R$ 20 mil ao consumidor

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Uma decisão recente garantiu que uma vítima de estelionato recuperasse integralmente o valor perdido devido a uma falha na segurança bancária. O tribunal entendeu que a instituição financeira errou ao autorizar uma transação atípica sem emitir alertas de fraude ou realizar o bloqueio preventivo.Como o golpe do Pix aconteceu na prática?O caso envolveu a clonagem de um contato telefônico, levando a vítima a acreditar que estava transferindo dinheiro para um familiar em emergência. Em questão de minutos, o homem realizou duas transferências via Pix que totalizaram R$ 20 mil, esvaziando suas reservas imediatas.Ao perceber o engano, ele acionou o banco imediatamente, mas a instituição alegou que a transação foi realizada com senha pessoal e se recusou a estornar o valor. Essa negativa administrativa é comum, mas não encerra a discussão sobre a responsabilidade legal dos bancos.Utilizando o PIX – Créditos: depositphotos.com / rafapressOnde estava o erro da instituição financeira durante o golpe do Pix?A defesa comprovou que as movimentações fugiam completamente do perfil de consumo do cliente, que nunca realizava transferências de alto valor naquele horário. O sistema antifraude do banco deveria ter retido a operação para análise de segurança, o que não ocorreu.Além disso, a conta de destino, utilizada pelo golpista, havia sido aberta recentemente e já acumulava denúncias de outras vítimas. Permitir que contas “laranjas” operem livremente configura defeito na prestação do serviço, gerando o dever de indenizar.Qual lei garantiu a devolução do dinheiro?A sentença baseou-se na Súmula 479 do STJ, que define a responsabilidade objetiva dos bancos em casos de fraudes praticadas por terceiros. Isso significa que a instituição responde pelos danos causados por falhas em seus mecanismos de vigilância, independentemente de ter agido com má-fé ou não.O Código de Defesa do Consumidor também foi fundamental, invertendo o ônus da prova. Ou seja, cabia ao banco provar que seus sistemas eram infalíveis, e não à vítima provar que foi enganada.Notas de dinheiro brasileiro e moedas – Créditos: depositphotos.com / gustavomello162.hotmail.comPasso a passo para buscar seus direitosSe você passar por uma situação semelhante, a rapidez na reação é o fator mais crítico para o sucesso do estorno administrativo ou judicial.Acione o Mecanismo Especial de Devolução (MED) no app do seu banco em até 80 diasRegistre um Boletim de Ocorrência detalhando horários e contas envolvidasGuarde todos os números de protocolo de atendimento telefônicoComo identificar sinais de perigo antes de pagar?A prevenção continua sendo a melhor ferramenta, pois o processo judicial, embora favorável, pode levar meses ou anos para ser concluído.Desconfie imediatamente de mensagens solicitando dinheiro com urgência, mesmo que venham de contatos salvos ou com foto de conhecidos. A tática de criar senso de emergência visa justamente impedir que você raciocine ou verifique a veracidade do pedido.Por que os bancos devem garantir a segurança do meu patrimônio?A jurisprudência atual reforça que o risco do negócio pertence à instituição financeira, não ao cliente vulnerável.Transações fora do padrão devem ser bloqueadas automaticamenteA inércia do banco após notificação de golpe gera dever de reparaçãoO consumidor não pode ser penalizado por falhas tecnológicas de segurançaCaso tenha sido vítima de um golpe do Pix e o banco negou o ressarcimento, reúna as provas da falha de segurança e busque orientação jurídica especializada. O precedente de R$ 20 mil mostra que é plenamente possível reverter o prejuízo quando a lei é aplicada corretamente.Leia também: Reclamar não adianta! Justiça decide que banco não indeniza cliente que tenha passado dados a golpistaO post Após golpe do Pix, Justiça determina que banco devolva R$ 20 mil ao consumidor apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.