O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou o reajuste do salário mínimo para R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026. O novo valor representa um ganho real para os trabalhadores, seguindo a política atual de valorização que considera tanto o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) quanto o crescimento econômico, com teto de 2,5%.Segundo análise do colunista do CNN Money, Gilvan Bueno, embora o aumento seja positivo para as famílias brasileiras, há preocupações significativas com o impacto nas contas públicas.O especialista explica que o reajuste afeta diretamente benefícios sociais e aposentadorias vinculados ao salário mínimo, podendo gerar um impacto orçamentário superior a R$ 43 bilhões. Leia Mais Ouro caminha para melhor ano desde 1979; entenda o que puxa alta histórica Precisa trocar presente de Natal? Saiba quais são os direitos do consumidor Leilões de infraestrutura em 2026 somam investimentos de R$ 265 bilhões Impacto nas contas públicas e inflaçãoBueno destaca que não se trata de ser contra o aumento da renda dos trabalhadores, mas de analisar os efeitos macroeconômicos da medida.“Nós não somos contra o aumento do salário mínimo. A discussão importante para os próximos anos é a base de cálculo do reajuste”, afirmou o especialista, lembrando que o modelo atual pressiona as contas públicas.O colunista também alerta para os possíveis efeitos inflacionários do aumento. Segundo ele, há três canais de pressão: a demanda (mais dinheiro em circulação), o custo (impacto nas empresas) e as expectativas.Com maior poder aquisitivo, mesmo que modesto, há tendência de aumento no consumo e na capacidade de endividamento das famílias via crédito consignado.Desafios fiscais e tributáriosO especialista aponta que o aumento dos gastos públicos sem correspondente aumento de receita compromete a credibilidade fiscal do país.“Se eu aumentar os meus gastos, eu tenho que aumentar a nossa receita”, explicou Bueno, sugerindo que a consequência pode ser um aumento da carga tributária para compensar o desequilíbrio.Para ilustrar a situação, Bueno fez uma comparação didática: “Vamos imaginar que uma criança acabou de ganhar o seu presente de Natal e pede para o Papai Noel aumentar o salário de todos os familiares. O desafio é que todas as aposentadorias e benefícios sociais também serão reajustados”.Estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) indicam que o salário mínimo ideal para atender às necessidades básicas de uma família deveria ser de aproximadamente R$ 7 mil, valor muito distante da realidade atual.No entanto, Bueno ressalta que alcançar esse patamar exigiria uma completa reestruturação do sistema previdenciário e de benefícios sociais do país.Lei que isenta IR até R$ 5 mil é sancionada; entenda o que muda Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.