Após o feriado de Natal, a B3 voltou a operar nesta sexta-feira (26), em dia de agenda econômica esvaziada e com menor liquidez. O Ibovespa (IBOV), principal índice da Bolsa brasileira, operou em queda moderada durante a maior parte do dia. No radar dos investidores, a eleição de 2026 está em destaque.No Giro do Mercado, a jornalista Juliana Caveiro recebeu Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos para comentar sobre o movimento dos mercados e a carta de Jair Bolsonaro, que confirmou a pré-candidatura de seu filho, Flávio, às eleições presidenciais de 2026.Para Cruz, no mercado financeiro brasileiro o tema eleitoral já começou a ser um grande norte. Segundo ele, a leitura é de que o nome do senador Flávio Bolsonaro é forte para chegar ao segundo turno, mas talvez não tão forte quanto seriam alguns governadores também considerados para o pleito. O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas era amplamente aguardado como um nome para as eleições.“A leitura dos agentes do mercado financeiro é que um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro está muito competitivo para chegar ao segundo turno, mas talvez menos competitivo do que governadores de centro para ganhar um segundo turno”, diz.O estrategista pontua que no primeiro turno há uma força para conquistar eleitores que se identificam com a direita e centro-direita. No entanto, no segundo turno pode haver mais dificuldade para alcançar o eleitor que não se identifica com nenhum dos lados da polarização.Do lado dos mercados, na terça-feira o Ibovespa chegou a subir mais de 1%. O estrategista aponta que a melhora veio de uma combinação do cenário político com o IPCA-15, que mostrou a inflação caminhando em direção ao centro da meta de 3%.“Ao longo da metade do ano que, sazonalmente, temos uma inflação mais baixa, podemos ver a inflação em 12 meses rodando abaixo de 3,5%, que é algo que não vemos há um bom tempo aqui no Brasil”.Ele destaca que o dado reforça a expectativa de que em março tenha início o ciclo de corte na taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 15%, o maior nível em quase 20 anos.Fim de ano dos mercadosNa última quarta-feira, as bolsas americanas engataram o tradicional rali de fim de ano, com o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 registrando recordes de fechamento em uma ampla recuperação durante uma sessão mais curta devido ao feriado de Natal.Os índices têm subiram impulsionados em parte pela recuperação das ações de empresas ligadas à inteligência artificial.Também estão em destaque os recordes históricos da prata e do ouro. Cruz destaca que há alguns anos houve um movimento relevante de ultrapassagem dos bancos centrais em suas reservas de títulos de dívida dos Estados Unidos em relação às commodities metálicas como reservas de segurança.No entanto, desde o primeiro mandato de Donald Trump, essa relação começou a ser questionada, com inseguranças geopolíticas que mudaram os ventos.“Vemos banqueiros centrais deixando vencer títulos da dívida americana, diminuindo o percentual das suas reservas e comprando mais commodities metálicas como ouro, prata e outras. Em 2025 vimos novamente as curvas se inverterem”, diz Gustavo Cruz, apontando essa como a principal razão, que pode permanecer em 2026.O estrategista avalia 2025 como um ano positivo, o que atribui à preferência dos investidores e ao desempenho da renda fixa. “A renda variável também teve um desempenho muito interessante, isso mostra que aquele perfil de investidor mais moderado para o arrojado nunca deve zerar as suas apostas em renda variável”, coloca.De olho em 2026, Cruz destaca a importância de rever a carteira de investimentos para se adequar aos objetivos de cada investidor. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.