Startupi2026 será o ano da IA “pé no chão”* Por Marcio CastroA Inteligência Artificial, que dominou as discussões ao longo de 2025, seguirá como um dos grandes destaques do próximo ano, porém com uma abordagem mais pragmática e orientada a resultados. O intenso uso prático da IA provocou um choque de realidade nas empresas, mostrando que a tecnologia não é uma “bala de prata” para ser aplicada em todos os projetos.Em 2026, as empresas irão aplicar a Inteligência Artificial naquilo que já foi provado que é efetivo para elas. O uso irrestrito da tecnologia mostrou que nem todos os casos trazem benefícios, pois a IA consome recursos de forma muito intensa e isso, além de ser caro, pode gerar riscos para a organização.Para completar, o volume de dados proprietários que ficam disponíveis em treinamentos de IA, especialmente em ferramentas de LLMs (grandes modelos de linguagem), é um ponto de cautela, já que algumas informações das empresas podem ser estratégicas e não devem ficar acessíveis. É necessário encontrar o ponto de equilíbrio para ter um ambiente funcionando de maneira adequada. Por isso, acredito que 2026 será o ano da IA mais “pé no chão”.Uso da IA em ciberataquesOutra preocupação é com o uso desta tecnologia em ataques cibernéticos. Sabemos que a tecnologia costuma atropelar e estamos vendo isso acontecer nitidamente com a IA. Ao mesmo tempo que temos avanços em processos de autenticação e biometria, também observamos a tecnologia sendo utilizada em processos fraudulentos.A solução é a supervisão adequada sobre o uso da ferramenta, ou seja, uma regulação bem dosada para que a tecnologia seja usada com confiança, evitando o efeito “rebote”.É importante ressaltar que a IA também pode ter um papel relevante nas ferramentas de cibersegurança. Em estratégias de Bridge and Attack Simulation (BAS), por exemplo, que simulam ataques do mundo real para testar as defesas da empresa, a tecnologia pode transformar processos manuais e esporádicos em automatizados e contínuos.Pessoas, processos e tecnologiaAlém da Inteligência Artificial, outro destaque para 2026 será a segurança cibernética, especialmente no que eu chamo de PPT: pessoas, processos e tecnologia. Essa estratégia é essencial para um resultado efetivo na cibersegurança do mercado financeiro: as Pessoas representam o trabalho de conscientização que deve ser feito com colaboradores, já que a maioria dos ataques são direcionados às fragilidades humanas, que podem ser frutos de desatenção ou, até mesmo, vulnerabilidades emocionais; os Processos são importantes porque precisam ser rigorosos para acompanhar o que é feito na organização; e a Tecnologia é o que suporta todos esses movimentos.Brasil como referência para o mundoO Banco Central impôs grandes evoluções recentes no mercado financeiro brasileiro, que se tornaram inspirações para o mundo. O Pix vem impulsionando, não só no Brasil, mas no mercado global, outras formas tradicionais de liquidação a funcionarem em modelos instantâneos e regime 24×7. Já o projeto Drex, apesar de ter sua rota um pouco modificada, vem motivando vários projetos de tokenização e as stablecoins são uma tendência. Resumidamente, a agenda que envolve Pix, Open Finance e Drex, ainda que tenham velocidades distintas, continuará crescendo em 2026.* Marcio Castro é CEO da RTMAproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!O post 2026 será o ano da IA “pé no chão” aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Convidado Especial