(Bloomberg) — Ultimamente, cada ano que passa parece uma era totalmente nova para as viagens, com as tendências mudando na velocidade de uma centrífuga. Há uma década, meu trabalho como jornalista de viagens era descobrir coisas novas e interessantes pelo mundo e trazê-las à tona. Hoje, é tanto sobre testar tudo o que está em alta nas redes sociais e determinar se realmente vale a pena. Este ano, fiz isso durante 200 dias na estrada, a maior parte pesquisando para a série de guias de cidades “Two-Night Minimum” [Pelo menos duas noites, em tradução livre] da Bloomberg Pursuits.Refletindo sobre tudo, estas são as estratégias que me levaram às minhas descobertas favoritas. Considere este um relatório sobre o estado atual das viagens, repleto de truques do momento que vão melhorar suas férias em 2026.Inclua jogos de tabuleiro, cartas e de mesa na sua lista para conhecer locaisNos últimos anos, clubes de corrida têm sido uma forma confiável de socializar durante viagens. Agora, estamos voltando para ambientes fechados… para jogar mahjong. O jogo de peças virou a “febre” nos EUA e além. Em Washington, DC, a mesa mais difícil de reservar fica no salão de jogos do Lucky Danger, onde uma vez por semana o pai idoso do dono ensina novatos a jogar enquanto tomam coquetéis.Jogos em geral estão em alta. Em Las Vegas, experimente o Casino Quest, onde você pode aprimorar suas habilidades em blackjack e pôquer ao lado de dealers aspirantes (e receber as melhores dicas dos melhores restaurantes e bares fora da Strip). Toronto criou sua própria rede de cafés de jogos de tabuleiro, chamada Snakes and Lattes, que recentemente abriu unidades no Arizona e Chicago. Starbucks que se cuide.Leia também: Uma nova função para os carros de luxo na Europa: ser garantia para empréstimosGrandes atrações não devem ditar seu roteiroCulpe os antigos guias turísticos por apresentarem museus, parques, templos e outras atrações populares como pilares de qualquer roteiro. Em vez disso, planeje em torno de “verbos de ação” — o que você quer provar, beber e fazer — e confie que vai riscar os pontos da lista organicamente enquanto explora.Não priorize um miradouro específico em Lisboa, por exemplo; você vai encontrar vistas incríveis ao entardecer a caminho do jantar. Em Milão, ir direto ao Duomo é um erro — há vários bairros vibrantes ao redor, então você vai vê-lo de qualquer forma. Em Kyoto, você perde o sentido dos templos se ficar preso na multidão — a experiência cultural mais vibrante é visitar as lojas de oferendas e os restaurantes de macarrão nas proximidades.Ignore o MichelinNos últimos anos, a famosa marca de pneus acabou codificando um manual de alta gastronomia tão rígido que chefs começaram a seguir fórmulas previsíveis para tentar conquistar estrelas. Os restaurantes resultantes são muitas vezes sem alma e esquecíveis — e os padrões parecem aplicados de forma inconsistente em diferentes mercados, como um professor que corrige provas em curva. Por isso, muitos entusiastas da gastronomia me disseram para simplesmente ignorar restaurantes com uma estrela em suas cidades.É válido usar o site do Michelin como um agregador razoavelmente completo de refeições e hotéis de luxo, mas ultimamente tenho dado mais atenção às listas anuais do Opinionated About Dining (OAD). O site agrega milhares de avaliações de entusiastas não pagos e usa um algoritmo proprietário para destacar os restaurantes favoritos dos colaboradores em categorias geográficas e de preço — uma boa cafeteria pode ganhar tanto destaque quanto um menu de 20 pratos. Ele encontrou um meio-termo essencial entre o Yelp ou Google, onde qualquer um pode opinar sem muita expertise, e o Michelin, onde os estabelecimentos dependem de um ou dois avaliadores.Suspeito que as listas muito badaladas de “melhores do mundo” estejam caminhando para a obsolescência. Os consumidores estão mais atentos aos modelos de negócio pay-for-play que a maioria usa. Ao mesmo tempo, fatores econômicos e sociais afastam os clientes mais ricos de experiências mais formais que essas listas adoram focar.Em Washington, por exemplo, restaurantes renomados como The Dabney estão abandonando menus fixos para melhor atender às necessidades orçamentárias dos clientes, já que o custo de vida (e de comer fora) sobe. Agora você pode passar para um vinho e um delicioso sanduíche de peixe-gato em pão de batata-doce em vez de um banquete completo.]Leia também: Com centro de treinamento do Nadal, empreendimento quer criar nova “BC” em SCTudo bem escolher um restaurante só pela vibeVivemos na Era do Ozempic; sair para jantar está em alta, enquanto o apetite diminui. Isso significa que a vibe do restaurante pode ser tão importante quanto a comida — talvez até mais. Mesmo para os gourmets, não há problema nisso. Esses espaços podem funcionar como clubes de membros sem taxa anual; outra forma de se auto-selecionar como parte de um grupo local descolado. Por que pagar por uma associação ao Soho House se você pode comer com as mesmas pessoas no Pastis?Isso tudo significa que você deve realmente avaliar suas recomendações. Ao pedir indicação a alguém, amigo ou estranho, certifique-se de saber exatamente por que ele recomenda o lugar. Para a melhor pizza de Milão, chefs destacam a massa macia e ingredientes de primeira no Confine, mas socialites citam o La Specialità — o que mostra que o point descolado acabou de abrir uma filial em Miami.Hotéis também estão lucrando com a economia da vibe, usando seu know-how em hospitalidade para criar espaços convidativos para locais e hóspedes. Tradicionalmente, meu primeiro instinto ao chegar a uma cidade nova é sair correndo do lobby para explorar, mas ultimamente tenho ficado mais tempo, pois cada vez mais hotéis funcionam como pontos de encontro do bairro.Tive que me convencer bastante para experimentar um restaurante mexicano em Londres, mas o badalado Side Hustle, no NoMad London, aposta forte na sociabilidade, com garçons falantes e degustações de tequila premium. É surpreendentemente divertido. E o bar funkadelic Nubeluz, no alto do Ritz Carlton New York, NoMad, encanta com coquetéis fluorescentes que combinam com a decoração maximalista, sem falar na vista panorâmica da cidade.Encontre o clube de padel e você encontrará o bairro mais descoladoEnquanto os americanos preferem pickleball, o padel tem mais apelo internacional. Use essa dica para descobrir os bairros mais legais de qualquer grande cidade. Locais de padel costumam aproveitar imóveis não tão caros em áreas emergentes já cheias de cafés, bares e outros pontos alternativos.O Matcha Club é o point em Dubai para um pouco de racket (do bom) com Pilates e salada — fica em Al Quoz, o bairro mais descolado da cidade (e talvez do mundo), ancorado pela trendy Al Serkal Avenue. Em Lisboa, o Nave fica na descolada Marvila; suas cervejarias e galerias relaxadas são o antídoto perfeito para as vielas lotadas e cheias de cliques de Chiado e Alfama.Adote a culinária de terceira culturaVamos deixar de lado os clichês gastronômicos — espaguete na Itália, bagels em Nova York, ramen no Japão — e ampliar nossos horizontes culinários para outras comunidades e imigrantes que comandam cozinhas pelo mundo. Posso dizer que a melhor massa que comi este ano foi no Mother Wolf, em Las Vegas? E ninguém supera a pizza Margherita do Savoy Tomato & Cheese, em Tóquio.Não esqueçamos que Milão tem uma grande população chinesa que chegou há décadas para trabalhar nas curtumes da cidade. Passeie pela Via Paolo Sarpi para provar ravioli (ou melhor, dumplings) deliciosos. E uma viagem a Dubai não está completa sem a culinária indiana — cidadãos do subcontinente representam mais da metade da população do emirado. Experimente um curry no bairro Karama ou eleve a experiência com pratos do Tresind Studio, como pani puri e vieira com sambal de pimenta guntur, que certamente ampliarão sua definição de cozinha indiana.Chame os moradores do West Village com tochas: depois que parei de me preocupar com os twists islandeses de cardamomo, encontrei o melhor bagel da vida em uma padaria de Reykjavik, coberto com cream cheese fresco e salmão local.Leia também: Vinícola chilena é eleita a melhor do mundo em ranking internacionalCuidado com o colapso do planejador de viagensO agente de viagens profissional existe para salvar clientes de horas de pesquisa e paralisia por análise; agora, há tantos deles que escolher um entre tantos candidatos virou tarefa igualmente difícil. Facilite sua vida e use o princípio gladwelliano na decisão: pelo menos 10.000 horas de experiência relevante no destino (cerca de cinco anos) são essenciais. Seu planejador também deve ser capaz de usar centenas de dados para adequar as sugestões ao seu gosto e necessidades, e não apenas transmitir as preferências dele, além de garantir mais do que o café da manhã padrão incluso no hotel.Saiba que a vida de agente é um jogo de volume — um planejador de luxo normalmente dedica atenção proporcional ao seu orçamento. Gerencie suas expectativas ou, se você é do tipo que precisa avaliar cada item da viagem, continue planejando sozinho.E já que falamos em buscar expertise, use o mesmo teste ao considerar TikToks e Reels do Instagram sobre sua próxima viagem. Passei o último mês em Tóquio vasculhando milhares de posts e posso afirmar categoricamente que todo post do tipo “Passei duas semanas no Japão, aqui estão minhas dicas de especialista” estava errado sobre o país — e suas melhores descobertas.Para contatar o autor desta matéria:Brandon Presser em Indianápolis pelo e-mail bpresser@bloomberg.net© 2025 Bloomberg L.P.The post 7 dicas de viagem que deixarão suas férias inesquecíveis em 2026 appeared first on InfoMoney.