Coluna romana de 1840 anos recebe restauração a laser de US$ 2,3 milhões

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Cenas vívidas de decapitações em campos de batalha e de prisioneiras arrastadas pelos cabelos, esculpidas na Coluna de Marco Aurélio, de mármore com 1.840 anos, que se eleva sobre o centro de Roma, estão sendo trazidas de volta ao foco por meio de uma restauração a laser de US$ 2,3 milhões (cerca de R$ 12,7 milhões).Uma equipe de 18 restauradores especializados trabalha desde a primavera de 2025, utilizando lasers portáteis de pulso curto e envoltórios químicos para remover séculos de sujeira do monumento de cerca de 30 metros de altura. A coluna foi construída entre 180 d.C., ano da morte do imperador-filósofo romano Marco Aurélio, e 193 d.C. Leia mais "Homem-Dragão": maior mistério da evolução humana começa a ser desvendado Será que o fóssil Little Foot é uma nova espécie humana ancestral? Entenda Mistérios históricos resolvidos pela ciência em 2025; confira O projeto marca o uso mais extenso de tecnologia a laser já realizado em um monumento antigo, segundo a restauradora-chefe Marta Baumgartner, que afirmou que a decisão foi tomada apesar do custo.“O laser é uma ferramenta que está produzindo excelentes resultados nos trabalhos de restauração, e a escolha que fizemos foi utilizá-lo em todo o friso externo, a faixa decorativa, da coluna”, disse Baumgartner a repórteres que tiveram acesso raro aos 16 níveis de andaimes que cercam o monumento.“Custa mais do que os métodos tradicionais”, mas “oferece melhores resultados de restauração, inclusive em termos de tempo”.Ela também afirmou que a tecnologia ajuda a preservar a integridade do monumento. “Mas, acima de tudo, garante o respeito pelo material, o próprio mármore. Ela assegura plenamente o respeito pelo material e pelas pátinas, que são evidências do envelhecimento natural da pedra.”Cenas de intervenção divinaOs restauradores estão removendo extensos depósitos pretos e acinzentados, preenchendo rachaduras, reparando quebras e tratando a erosão do mármore causada por décadas de exposição à poluição, à chuva e ao vento. Eles também descobriram que materiais inadequados usados em restaurações do século 19 comprometeram o frágil mármore de Carrara. Esses materiais agora estão sendo removidos.A coluna é um dos poucos monumentos de guerra da era romana que ainda permanecem em seu local original. Ela fica em frente ao Palazzo Chigi, residência oficial do primeiro-ministro da Itália, construído em 1562, ligando a Roma antiga ao Estado moderno.Frisos em espiral que retratam as guerras do Império Romano sob Marco Aurélio envolvem o monumento 23 vezes, formando uma narrativa contínua da base ao topo. Moldes de gesso feitos em 1955 estão expostos no Museu da Civilização Romana, na capital italiana, e continuam sendo um recurso importante para estudiosos.A torre é composta por 18 tambores de mármore esculpidos com mais de 2.000 figuras, incluindo soldados, prisioneiros, deuses e animais. Há até uma cena de intervenção divina na forma de um dilúvio de chuva. Marco Aurélio aparece repetidamente. Embora as cenas sejam difíceis de distinguir a partir do solo, elas são impressionantes de perto.Em 1589, a estátua original de Marco Aurélio no topo da coluna foi substituída por uma estátua de bronze de São Paulo. Uma restauração posterior, nos anos 1980, utilizou materiais inadequados, que agora foram removidos.A praça ao redor da coluna foi fechada após uma tentativa de assassinato em 2013 contra guardas do Palazzo Chigi e só foi reaberta em 2023.A restauração a laser está programada para ser concluída no início de 2026.Impressão de mão de 4 mil anos do Antigo Egito é descoberta