O anúncio do novo salário mínimo no Brasil para 2026 marca mais um capítulo da política de valorização do piso nacional. A partir de 1º de janeiro de 2026, o valor passará a ser de R$ 1.621, substituindo o mínimo de R$ 1.518 atualmente em vigor, com reajuste formalizado em decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União, baseado em critérios que combinam inflação e crescimento econômico dentro das regras do arcabouço fiscal.Dinheiro – Créditos: depositphotos.com / rmcarvalhobsbO que muda com o salário mínimo de R$ 1.621 em 2026?O novo salário mínimo de R$ 1.621 altera uma série de parâmetros econômicos e jurídicos. Benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o abono salarial e algumas pensões passam a ser recalculados com base no novo valor, assim como pisos que utilizam o mínimo como referência.Do ponto de vista fiscal, o aumento afeta diretamente as contas públicas, pois muitas despesas da União estão indexadas ao piso nacional. Ao mesmo tempo, o reajuste amplia a renda de parte relevante da população ocupada, influenciando o consumo e, de forma indireta, a arrecadação tributária sobre bens e serviços.Como é calculado o reajuste do salário mínimo?A política de valorização do salário mínimo, retomada a partir de 2023, considera dois componentes: a reposição da inflação medida pelo INPC dos 12 meses anteriores e um ganho real vinculado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. No caso do mínimo de 2026, entram no cálculo a inflação acumulada até novembro, de 4,18%, e o desempenho do PIB de 2024.Segundo o IBGE, o PIB de 2024 cresceu 3,4%, mas as regras do arcabouço fiscal limitam o ganho real entre 0,6% e 2,5%. Assim, o valor técnico chegou a R$ 1.620,99, arredondado para R$ 1.621, procedimento padrão para facilitar cálculos de folha de pagamento, sistemas de RH e benefícios previdenciários.Quais critérios orientam a valorização do salário mínimo de R$ 1.621?A definição do salário mínimo de R$ 1.621 segue diretrizes que buscam recompor o poder de compra e preservar a sustentabilidade fiscal. A regra procura garantir que o piso não perca valor diante da inflação e reflita, ainda que de forma limitada, o desempenho da economia.A faixa de 0,6% a 2,5% de ganho real funciona como um filtro para evitar aumentos desconectados da capacidade de pagamento do Estado. Essa fórmula relativamente previsível facilita o planejamento de empresas, trabalhadores e governo, embora o impacto varie entre setores e regiões do país.Qual tem sido a trajetória recente do salário mínimo no Brasil?O histórico recente mostra uma sequência de aumentos nominais do piso nacional, com retomada da política de valorização. Em 2022, o salário mínimo era de R$ 1.212, em 2023 passou para R$ 1.320 e, em 2024, alcançou R$ 1.412, já com ganho real atrelado ao PIB.Em 2025, o valor foi ajustado para R$ 1.518, chegando agora aos R$ 1.621 previstos para 2026. Essa trajetória indica uma recuperação gradual do poder de compra, cuja continuidade dependerá do comportamento da economia, da inflação e das contas públicas nos próximos anos.Quais áreas são mais impactadas pelo novo piso nacional?O reajuste do salário mínimo atinge diretamente trabalhadores com remuneração atrelada ao piso, mas seus efeitos se espalham por diferentes segmentos. Em muitos contratos individuais e coletivos, o mínimo é usado como base para faixas salariais, o que pode gerar reacomodações em cascata.Entre as áreas mais afetadas, destacam-se diferentes tipos de benefícios, programas sociais e estruturas de custo de mão de obra, tanto no setor público quanto no privado:Benefícios previdenciários vinculados ao salário mínimo, como aposentadorias de valor mínimo.Programas sociais que usam o piso como referência de elegibilidade ou cálculo de benefício.Custos de pessoal em empresas intensivas em mão de obra de baixa remuneração.Folhas de pagamento do setor público com cargos e benefícios indexados ao mínimo.Como o reajuste de 6,79% aparece no dia a dia?Para visualizar o efeito do reajuste de 6,79%, é útil observar situações práticas do cotidiano de trabalhadores e empregadores. O novo mínimo altera o salário base, o valor diário, a hora trabalhada e todos os direitos que usam esses parâmetros como referência.Um trabalhador que recebia R$ 1.518 passa a ter acréscimo de R$ 103 no salário mensal bruto.O cálculo de um mês de trabalho integral, sem descontos, considera agora R$ 54,04 por dia.Horas extras, adicionais noturnos e outros direitos calculados sobre a hora normal tomam como base R$ 7,37.Esses ajustes exigem atualização de sistemas de folha de pagamento, contratos e projeções de custos logo no início do ano. Os próximos reajustes continuarão dependendo da combinação entre inflação medida pelo INPC, crescimento do PIB e limites estabelecidos pelo arcabouço fiscal em vigor.O post Começa a valer em janeiro novo valor de R$ 1.621 do salário mínimo para 2026 apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.