Defesa de Roger Abdelmassih alega risco de “morte súbita” e pede domiciliar

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A defesa do ex-médico Roger Abdelmassih, que foi condenado a mais de 100 anos de prisão por estupro de pacientes, apresentou dois pedidos à Justiça para que ele possa cumprir o restante da pena em “prisão domiciliar humanitária”, alegando risco de morte “súbita”.Hoje com 82 anos, Roger segue preso na Penitenciária II de Tremembé, no interior paulista, após a condenação que, ao todo, soma 173 anos e seis meses.Como mostrou a CNN Brasil, em setembro do ano passado, e em agosto de 2023, a defesa do ex-médico já havia com um pedido parecido, este último acabou sendo negado. Leia Mais Lula decidirá se espião russo preso no Brasil será extraditado Silvinei é entregue a autoridades brasileiras após prisão no Paraguai Justiça derruba liminar e regras da nova CNH do Brasil são mantidas No final do mês passado, Larissa Sacco Abdelmassih, esposa e advogada de Roger, protocolou um pedido na vara de Execuções Criminais de São José dos Campos, alegando que as doenças que acometem o ex-médico estariam se agravando nos últimos anos, baseando-se em exames cardiológicos realizados em 06 de novembro, que concluíram que Roger sofre de “insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência coronariana grave”, além da necessidade de uso de marcapasso e obstruções no coração.O ex-médico condenado por estupro, Roger Abdelmassih, e sua esposa e ex-procuradora do MPF, Larissa Sacco • ReproduçãoA advogada ainda afirma que o pedido “não quer afastar a condenação, mas sim garantir que a perda da liberdade não signifique uma morte indigna, com desnecessário sofrimento físico e perda da vida”.No documento, Larissa também lembra que Roger já foi colocado em prisão domiciliar por questões de saúde, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas voltou para a prisão após a revogação da medida, em 2021, além de mencionar o caso do ex-presidente Fernando Collor, que cumpre pena de oito anos de prisão em prisão domiciliar, devido a problemas de saúde, como a doença de Parkinson, Apneia do Sono Grave e Transtorno Bipolar.No último dia 12, a defesa reforçou o pedido, citando o risco de morte súbita, apontado em relatório médico diante do estado de saúde em que Roger se encontra.“É indubitável que uma pessoa que já está com 82 anos de idade e com todas as comorbidades gravíssimas das quais padece (de curso evolutivo) – e que já foi incluído no grupo de cuidados paliativos – só piorou”.“Por essas razões, reitera-se o pedido de prisão domiciliar de cunho humanitário”, finaliza o documento.O médico Roger Abdelmassih no retorno ao Brasil em 2014, após ser preso no Paraguai, onde viveu foragido por três anos • Foto: Senad/DivulgaçãoEntretanto, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) se manifestou contra o pedido, alegando que o último laudo elaborado por um médico da penitenciária atesta que Roger se encontra em “regular estado geral, mantendo- se em repouso relativo na cela e sendo medicado, inclusive sendo os remédios fornecidos diretamente pela penitenciária”.O MP ainda cita que o risco de “morte súbita”, alegado por Larissa, já havia sido registrado pelo médico da unidade prisional, que destacou que apesar da situação, o estado geral de saúde se mantinha bem.Agora, o caso deve ser analisado pela Justiça.A CNN Brasil procurou a defesa do ex-médico para comentar o pedido e aguarda retorno.*Sob supervisão de Thiago Félix