A ordem do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), de marcar uma acareação no âmbito da investigação sobre o Banco Master surpreendeu investigadores, procuradores e integrantes do Banco Central.A decisão é sigilosa e foi tomada de ofício. Toffoli ordenou a audiência para confrontar versões sobre a negociação de venda do Master ao BRB sem que houvesse pedido da Procuradoria-Geral da República ou da Polícia Federal.A acareação entre Daniel Vorcaro, dono do Master, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, e Ailton de Aquino, diretor do BC será realizada no penúltimo dia do ano por videoconferência. Leia Mais Acareação do caso Master preocupa a Polícia Federal Flávio Bolsonaro relata conversa com Tarcísio: “Mais junto do que nunca” Datafolha: 40% dos brasileiros se dizem petistas; 34%, bolsonaristas O objetivo da acareação é confrontar versões sobre a suposta fraude de R$ 12,2 bilhões na operação frustrada de venda do Master para o Banco de Brasília.Esse instrumento jurídico é utilizado pelo juiz, a pedido de investigadores, quando há contradições ou eventuais omissões nos depoimentos de pessoas investigadas em um processo.Só que neste caso o ministro determinou a acareação dos executivos e do diretor do Banco Central antes mesmo de marcar depoimentos dos investigados no inquérito. Ou seja, sem que houvesse a possibilidade de constatação de eventuais contradições.A ordem surpreendeu investigadores, procuradores e integrantes da autarquia. A avaliação é a de que a determinação é precipitada e de que a acareação não é uma necessidade da investigação neste momento.Também há a percepção entre essas fontes de que colocar Vorcaro e Aquino frente a frente constrangeria o Banco Central e parece representar intimidação ao diretor. A autarquia foi responsável por denunciar as supostas fraudes ao analisar a integridade da operação pretendida.