A perícia médica da PF (Polícia Federal) feita no general Augusto Heleno e enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) foi determinante para a decisão de sua prisão domiciliar. O ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) estava preso em regime fechado desde 25 de novembro.O laudo da PF, ainda sob sigilo, constata que o militar tem estágio inicial da doença de Alzheimer. A avaliação buscou averiguar, especialmente, a memória e outras funções cognitivas e um possível grau de limitação funcional decorrente das doenças identificadas. Leia Mais Heleno deixa prisão para ir ao regime domiciliar Moraes encaminha alvará de soltura de Heleno para diretor-geral da PF Bolsonaro completa um mês preso e aguarda definição de cirurgia “O quadro demencial, embora em estágio inicial, constatando‑se, até o momento desta perícia, apesar do prejuízo cognitivo evidenciado, a manutenção da autonomia básica para a vida prática cotidiana — asseio pessoal/higiene, vestir‑se, alimentar‑se, executar tarefas básicas —, em instituição de custódia, acarreta inexoravelmente o declínio cognitivo progressivo e irreversível, que tende a ter sua evolução acelerada e agravada em ambiente carcerário, com o periciado em isolamento relativo e ausentes os estímulos protetivos e retardantes, em especial, o convívio familiar e a autonomia assistida”, diz trecho da perícia.A perícia médica também apontou pioras da orientação (desorientado também no espaço); da memória (menor tempo de retenção de informações novas e intrusões); da linguagem (nomeação); da velocidade de processamento mental; da atenção (discalculia na subtração sequencial); e na capacidade de abstração, com tendência à concretude.“Conforme apresentado no Relatório Médico Circunstanciado, emitido pelo geriatra do periciado e datado de 10/12/2025, o periciado apresenta: ‘Uma piora na forma do pensamento, agora arborizado (dificuldade mais persistente de manter linha de raciocínio) (…); piora do pragmatismo (incapaz de entender cenário processual e desenhar perspectivas de futuro próximo ou mais distante); em conjunto representando perda parcial do juízo de realidade (maior dificuldade de entendimento do estado das coisas) (…) evidente piora da percepção crítica da realidade’”, diz outro trecho do documento.O laudo do INC (Instituto Nacional de Criminalística) também aponta que o Alzheimer de Heleno é um “transtorno mental de natureza PROGRESSIVA e de curso IRREVERSÍVEL, a despeito de qualquer tratamento que possa ser realizado”.Com base no relatório médico, o ministro Alexandre de Moraes concedeu a prisão domiciliar humanitária que foi solicitada pela defesa de Heleno. O militar foi solto às 23h de segunda-feira (22) e voltou para sua casa, na Asa Norte de Brasília. Ele passou 28 dias preso no CMP (Comando Militar do Planalto).Heleno deixa prisão para ir ao regime domiciliar | CNN NOVO DIA