A professora de Relações Internacionais do Ibmec-SP, Marcela Franzoni, avaliou, em entrevista ao Agora CNN, que a recente declaração de Lula sobre a situação na Venezuela durante a Cúpula do Mercosul representa a continuidade de princípios históricos da política externa brasileira.De acordo com a professora, a posição de Lula reforça pilares tradicionais da diplomacia brasileira como o multilateralismo, a defesa das instituições internacionais e a solução pacífica de conflitos. “Eu acho que é importante que nesse discurso o presidente Lula ressaltou os grandes princípios da política externa brasileira que sempre dão continuidade à nossa inserção no sistema internacional”, afirmou.“Podemos observar a defesa das instituições multilaterais, o papel do próprio Mercosul, da União Europeia, ONU, OMS, que é uma pauta histórica da política externa brasileira – e, ao defender o multilateralismo, não só a gente defende a paz promovida pela ONU e, portanto, a não intervenção em assuntos militares, mas, também o papel da negociação diplomática na resolução desses conflitos “, apontou Marcela Franzoni. Leia mais: "Não temos mais dez anos para desperdiçar", diz Milei sobre Mercosul-UE Em carta a Lula, chefes da UE se comprometem a assinar acordo em janeiro Ministros dão tom à Cúpula com alerta sobre Maduro e apelo por Mercosul-UE Defesa da autonomia regionalFranzoni observou que existe um esforço por parte de Lula para fortalecer as instituições multilaterais na América Latina, colocando a região como prioridade na inserção internacional do Brasil. “Existe aí uma defesa por trás da autonomia da região em gerir os seus próprios conflitos e também de discutir essas questões do ponto de vista do multilateralismo”, explicou.“Esses são temas históricos da política externa brasileira, que se contrapõe a uma posição mais protecionista do governo Trump”, apontou a especialista.A especialista também destacou que essa posição contrasta com abordagens mais intervencionistas, como a que poderia ser adotada em relação à Venezuela. “De novo, é um reforço da posição histórica brasileira de não interferência, de solução pacífica em conflitos, que tem sido um tom bastante histórico da política externa”, complementou.A professora mencionou ainda que as consequências de uma possível intervenção militar na Venezuela teriam impactos humanitários e políticos para toda a região, não apenas para os países fronteiriços. Por isso, segundo ela, a postura diplomática defendida pelo Brasil seria mais adequada para lidar com a situação venezuelana. Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.