Maior fabricante de armas leves e táticas da América Latina, a brasileira Taurus criticou a compra de 140 fuzis da Colt’s Manufacturing Company LLC pela Marinha do Brasil. A aquisição, feita em novembro e noticiada pela coluna, custou R$ 1,3 milhão e ocorreu por dispensa de licitação, ou seja, sem disputa de preços entre as indústrias de armamentos.Em nota enviada à coluna, o presidente da Taurus, Salesio Nuhs, destacou que a empresa fabrica um fuzil da mesma classe que o Colt M4 Carbine R0979BN, calibre 5,56 mm, adquirido pela Marinha brasileira da fabricante norte-americana.3 imagensFechar modal.1 de 3Marinha comprou 140 fuzis de fabricante dos EUAReprodução / Depto de Defesa EUA2 de 3Fuzis M4 comprados pela Marinha substituíram o M16 nos EUA Reprodução / Depto de Defesa EUA3 de 3Fuzis comprados pela Marinha são usados por forças militares de 60 paísesReprodução / Depto de Defesa EUA“A Taurus fabrica no Brasil, desde 2017, o Fuzil T4 Taurus, com tecnologia própria, adotada por diversas forças nacionais e já exportada para vários países. Nesse período, aproximadamente 100 mil unidades do modelo foram produzidas no parque industrial da empresa em São Leopoldo (RS), reforçando a capacidade tecnológica e industrial brasileira no segmento de defesa”, diz Nuhs.Para o empresário, a aquisição do equipamento junto a uma empresa estrangeira representa prejuízo à indústria nacional e reduz a competitividade do setor no cenário internacional. Leia também Paulo CappelliDino vê indícios de que Sóstenes bancou carro com verba pública para filha Paulo CappelliMotta diz que STF decidirá caso a caso quem terá direito à dosimetria Paulo Cappelli“Prefiro Flávio a Tarcísio um milhão de vezes”, diz Ciro Nogueira Paulo CappelliDeputado traiu esposa e usou desembargador como falso álibi, diz defesa “A empresa entende como incoerente e prejudicial à indústria nacional que, no atual cenário em que os Estados Unidos impõem tarifas de aproximadamente 50% sobre produtos brasileiros exportados por empresas do setor, o Brasil opte pela importação de armamentos norte-americanos”, afirma o presidente da Taurus.Para a dispensa de licitação, a Marinha usou o argumento da Lei nº 14.133/2021, chamada Lei de Licitações, que afirma que o certame não é necessário na aquisição de material para as Forças Armadas “quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres”.Presença no mercadoA empresa foi criada em 1939 e atualmente é responsável pela produção de pistolas, revólveres, armas táticas, armas longas e acessórios, como capacetes e coletes balísticos. A Taurus possui uma fábrica nos EUA e forte presença no mercado internacional, exportando armamentos para mais de 40 países.Leia abaixo a íntegra da nota da Taurus enviada à coluna:“Em relação à matéria publicada sobre a aquisição de fuzis pelo Governo Brasileiro – Marinha do Brasil – junto a fornecedor norte-americano, a Taurus esclarece que existe produção nacional de armamento da mesma classe no país.A Taurus fabrica no Brasil, desde 2017, o Fuzil T4 Taurus, com tecnologia própria, adotada por diversas forças nacionais e já exportada para vários países. Nesse período, aproximadamente 100 mil unidades do modelo foram produzidas no parque industrial da empresa em São Leopoldo (RS), reforçando a capacidade tecnológica e industrial brasileira no segmento de defesa.A empresa entende como incoerente e prejudicial à indústria nacional que, no atual cenário em que os Estados Unidos impõem tarifas de aproximadamente 50% sobre produtos brasileiros exportados por empresas do setor, o Brasil opte pela importação de armamentos norte-americanos.Tal prática representa perda de competitividade para a Base Industrial de Defesa Brasileira, setor estratégico para a soberania nacional, geração de empregos qualificados e desenvolvimento tecnológico contínuo.”