O prefeito, o vice, 20 vereadores, 1 ex-vereador e ainda a primeira-dama do município de Turilândia (MA) são investigados por integrar um esquema milionário de desvio de recursos públicos. Segundo o Ministério Público do Maranhão (MPMA), os envolvidos integram uma organização criminosa responsável por desviar mais de R$ 56 milhões do município.O prefeito da cidade, Paulo Curió (União Brasil), se entregou à polícia em São Luís, na manhã dessa quarta-feira (24/12), após ficar dois dias foragido. Além do prefeito, a primeira-dama do município, Eva Curió; a ex-vice-prefeita Janaina Lima e o marido dela, Marlon Serrão; além do contador da prefeitura, Wandson Jhonathan Barros também se entregaram à polícia. Com isso, todos os mandados de prisão em aberto foram cumpridos.2 imagensFechar modal.1 de 2Tânia Mendes (vice-prefeita), e todos os 11 vereadores de Turilândia estão envolvidos em desvios de dinheiro público, segundo o MP-MADivulgação/Câmara de Turilândia2 de 2Prefeito de Turilândia, Paulo CurióDivulgaçãoDesvios milionáriosA Operação Tântalo II investiga o desvio de mais R$ 56 milhões que envolveria empresas criadas de forma fictícia pelo prefeito e seus aliados, o que inclui os 11 vereadores de Turilândia, a atual vice, além da ex-vice-prefeita, servidores públicos, empresários e outros agentes políticos.A operação foi deflagrada na segunda-feira (22/12). Segundo o promotor do Gaeco Fernando Berniz, todos os vereadores da Câmara de Turilândia faziam parte do esquema, recebendo dinheiro desviado diretamente ou através de parentes.Apesar da investigação, nem todos os vereadores tiveram mandados de prisão expedidos. Onze tiveram a prisão preventiva convertida para domiciliar ou uso de tornozeleira eletrônica.Já o prefeito e a vice devem cumprir prisão preventiva na Unidade Prisional de Ressocialização de Pedrinhas, em São Luís.Ao todo, foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão em São Luís, Paço do Lumiar, Santa Helena, Pinheiro, Barreirinhas, Governador Nunes Freire, Vitória do Mearim, Pedro do Rosário, São José de Ribamar e Presidente Sarney. A ação é um desdobramento da Operação Tântalo, realizada pelo GAECO em fevereiro deste ano.Segundo o Ministério Público, por meio do Gaeco, há indícios da prática dos crimes de organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. As irregularidades teriam ocorrido durante a gestão do prefeito Paulo Curió, entre 2021 e 2025.Como funcionava o esquemaConforme as investigações, a organização criminosa era liderada pelo prefeito Paulo Curió, com o apoio da vice-prefeita Tânia Mendes e da ex-vice-prefeita Janaína Lima. O esquema foi montado através de contratos fraudulentos com empresas de fachada, que eram usadas como “laranjas”, para o desvio dos recursos. Veja as empresas envolvidas:Posto TuriSP Freitas Júnior LtdaLuminer Serviços LtdaMR Costa LtdaAB Ferreira LtdaClimatech Refrigeração e Serviços LtdaJEC EmpreendimentosPotencial Empreendimentos e Cia LtdaWJ Barros Consultoria ContábilAgromais Pecuária e Piscicultura LtdaAtuação de outros políticosDe acordo com o MPMA, a ex-vice-prefeita Janaína Lima e o marido, Marlon Zerrão, que é tio da atual vice-prefeita, Tânia Mendes, tiveram um papel central no desvio de recursos. Conforme a apuração, o Posto Turi, de propriedade de Marlon Zerrão, recebeu R$ 17.215.000,00 dos cofres públicos de Turilândia.O casal firmou um acordo com o prefeito Paulo Curió para reter 10% dos valores dos contratos do Posto Ture. Esse valor era destinado ao pagamento da faculdade de medicina de Janaína Lima, enquanto os 90% restantes eram entregues ao prefeito ou a alguém que ele indicasse.O Posto Ture também foi usado para emitir notas fiscais falsas, para fraudar o pagamento de contratos públicos.Segundo a investigação, a atual vice-prefeita, Tânia Mendes, e seu marido, Ilan Alfredo Mendes, são investigados por receber valores de empresas contratadas pelo município, incluindo valores relacionados à venda de notas fiscais falsas. Ela também teria entrado na chapa eleitoral com o objetivo de manter a influência de seu tio, Marlon Zerrão, que tinha uma forte ligação com o prefeito Paulo Curió.