Enquanto ouro bate recorde, dólar perde valor, diz analista

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O ouro está tendo seu melhor desempenho em 46 anos, com os contratos futuros do metal precioso negociados em Nova York registrando uma valorização de quase 71% em 2025. Esta é a maior alta anual desde 1979, quando Jimmy Carter era presidente dos Estados Unidos.A última vez que o ouro teve um ano tão forte, o cenário global apresentava semelhanças com o atual: crises no Oriente Médio, inflação elevada e desafios energéticos na economia americana. Este padrão histórico reforça o papel do metal como refúgio em momentos de turbulência.Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos, explica que a escalada do ouro está diretamente relacionada às tensões geopolíticas atuais. “Tensão geopolítica vem dando esse ritmo da subida. Em momentos de tensão mais acalorada, a maior reserva de valor do mundo, a mais antiga, a que historicamente passou pelos momentos mais turbulentos da economia mundial, acaba se provando”, afirma.Fatores que impulsionam a alta do ouroEntre os principais fatores que explicam essa valorização excepcional estão os conflitos entre Rússia e Ucrânia, os confrontos entre Israel e Irã, e as recentes operações militares envolvendo os Estados Unidos na costa da Venezuela. Esse cenário de incerteza global faz com que investidores busquem ativos seguros como o ouro.Além das tensões geopolíticas, outro fator determinante para a valorização do metal é o enfraquecimento do dólar. Segundo Teles, “parte da estratégia do governo Trump com as tarifas é enfraquecer o dólar versus as outras moedas”. Como o dólar também é considerado uma reserva de valor, seu enfraquecimento favorece a busca por alternativas como o ouro. Leia Mais Investidor estrangeiro está com apetite para o Brasil, diz 44 Capital Tarifas de Trump mexeram com as ações dos EUA, diz especialista Reforma tributária: Período de adaptação será essencial para empresas Bancos centrais aumentam reservasUm movimento importante observado em 2025 foi o aumento das reservas em ouro por diversos bancos centrais ao redor do mundo. Países europeus, especialmente aqueles próximos ao conflito entre Rússia e Ucrânia, como a Polônia, intensificaram suas reservas como medida de proteção.A China também aumentou significativamente suas reservas em metal desde a vitória do governo Trump, preparando-se para possíveis mudanças nas regras de comércio internacional. “Quanto mais obscuro o cenário geopolítico e a iminência de uma guerra, você vê esse movimento acontecendo pelos bancos centrais”, explica o especialista.Em uma tradução simplificada, Teles resume a estratégia dos bancos centrais: “Eu preciso proteger e blindar a minha economia para caso alguma coisa não mapeada aconteça”. Esta postura de cautela deve continuar em 2026, considerando que muitas das tensões geopolíticas atuais permanecem sem resolução clara.O fenômeno não se restringe apenas aos grandes investidores institucionais. Nos Estados Unidos, grandes redes de lojas de departamento estão vendendo barras de ouro para pessoas físicas, algo que não acontecia há muito tempo. Isso demonstra que o temor de um possível colapso do sistema financeiro em situação de guerra está levando cada vez mais pessoas a buscar o que é considerado historicamente a reserva de valor mais segura do mundo.Após Fed e Copom, Brasil segue com 2º maior juro real do mundo Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.