Nesta semana, diversas cidades do país enfrentam as altas temperaturas. Segundo a revista Lancet, o calor é um dos grandes problemas de saúde pública da década no planeta. Morrer de calor não é figura de linguagem: é um risco real, alertam cientistas. E não o risco não é só para humanos. Muitos minimizam os danos que o sol forte e abafado pode causar nos pets.Sem os cuidados certos, cães e gatos podem sofrer com desidratação, isquemia e problemas no coração com altas temperaturas. Ambos, diferentemente dos humanos e de outros animais, como os cavalos, não possuem glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo e não conseguem controlar a temperatura corporal por meio do suor. Eles usam, em contrapartida, as patas e a respiração para regular a temperatura e resfriar o corpo.Leia também: Até quando vai a onda de calor que atinge o País? veja previsão— Por este motivo os cães e gatos tendem a ficar mais quietos e letárgicos no calor. Parece que eles estão descansando ou ficam um pouco mais moles. Na verdade, eles estão fazendo essa termorregulação para chegar na homeostase, ou seja, quando o corpo entra em equilíbrio de temperatura. Porém, essa ação gasta muita energia e eles se cansam muito mais fácil no calor — explica a veterinária de São Paulo, Beatriz Queiroz Muniz.Os gatos costumam lamber os pelos para se refrescar com a saliva. Por esses animais conseguirem superaquecer mais rápido e facilmente que os humanos, eles podem enfrentar a hipertermia, que é justamente esse aquecimento corporal pela falta da regularização da temperatura, podendo ser fatal para os bichos.Leia também: São Paulo tem maior temperatura para dezembro em 64 anos; calor vai continuar— Entre os principais sintomas e sinais de alerta que os animais podem apresentar e que devemos ficar atentos são o estado de letargia, sonolência, respiração ofegante e excessiva, tremores, salivação, inquietação e falta de apetite. Sintomas mais graves como diarreia e vômito, gengivas e línguas arroxeadas e perda de coordenação motora podem ocorrer — afirma Marina Ferreira, veterinária de São Paulo e proprietária de um pet shop na capital paulista.Cães e gatos também podem sofrer por desidratação por perda rápida de líquidos e falta de reposição, insolação por exposição ao sol sem proteção e acesso à sombra e queimaduras nas patas, decorrentes do contato com superfícies quentes e até mesmo problemas neurológicos, como convulsões. No calor, os animais também podem apresentar vasodilatação, ou seja, quando há o aumento do fluxo sanguíneo.— Animais mais velhos ou com alguma cardiopatia, estão em maior risco durante as ondas de calor. Cachorros e gatos chamados braquicéfalicos (pug, bulldog, shih-tzus e persas), ou seja, que apresentam uma cabeça mais achatada e o focinho mais encurtado, correm maior risco com as altas temperaturas em razão de suas características físicas que prejudicam suas vias respiratórias e não conseguem fazer uma boa termorregulação. Cachorros e gatos brancos também não podem ficar expostos ao sol por longos períodos, pois podem desenvolver câncer de pele com maior facilidade — explica Queiroz.Outra questão no calor com os cães, principalmente, é a presença de pelos. Apesar de ser um isolante térmico, o excesso de pelo pode causar mais calor, o que facilita o superaquecimento corporal. É importante, nesses casos, levar os animais em um profissional para tosa, a fim de reparar os pelos e cortar o excesso, mas sem tirar todo o pelo, pois, a pele pelada em contato com o sol intenso pode causar queimaduras, lesões e até mesmo câncer de pele.Leia também: Como o corpo humano reage ao forte calor?Como aliviar o calor?O médico veterinário Alexandre Pina, especialista em virologia e professor da Universidade Unigranrio de Duque de Caxias, afirma que o ideal é manter o animal dentro de casa ou em um lugar sombreado e com o chão mais fresco.— Deve-se trocar de duas a três vezes por dia a vasilha de água para ter um líquido mais fresco e frio. Também é importante evitar passeios em horários em que o sol esteja mais forte, ou seja no final da manhã até umas 16 horas. Prefira sempre sair no começo da manhã ou à noite — afirma Pina.Mais de 80% dos donos de cães relatam treinar seus cães com menos vigor, ou por períodos mais curtos, durante o tempo quente. Isso pode ajudar a evitar doenças relacionadas ao calor. Também é importante não deixar alimentos durante o dia nos comedouros para evitar fermentações ou deterioração, o que causa intoxicações nos animais. Em dias quentes, deve-se fornecer comida apenas nos horários que os animais estão habituados.Leia também: Quando começa o verão? Previsão do tempo aponta para recorde de calor; vejaO ventilador é indicado. Mas nem todos gostam do vento do aparelho, alguns se sentem incomodados. É só observar. Se eles rejeitarem, vão se afastar. Não insista. O ideal é o ventilador não ficar voltado direto para o pet. Coloque- em um local mais alto ou no modo giratório.Os animais costumam gostar de locais com ar-condicionado, mas é preciso sair ao ambiente algumas vezes.Estimule brincadeiras com água desde cedo. Se isso não foi feito na infância, eles podem resistir um pouco na fase adulta. O gelo na tigela é uma boa opção, melhor do que colocar a pedra diretamente em contato com a boca do seu bichinho.Com a explosão do mercado pet, também é possível comprar sorvetes especializados para cães ou congelar sachês de comida para eles comerem lambendo aos poucos e se refrescando e dar algumas frutas congeladas. Porém, vale lembrar, que para isso é preciso da orientação de um médico veterinário para saber quais frutas são benéficas e quais são tóxicas para seu animal.— Fazer uso de protetores solares, principalmente nos animais de pelagem claras, para proteger contra os raios UV e aplicar nas áreas mais expostas do corpo e sem pelagem, como focinhos, patas, bordas das orelhas, axilas e abdômen. Existem diferentes marcas no mercado pet hoje e muito eficazes. Há também opções de tapetes gelados ou até mesmo umedecer toalhas e colocar em locais que o animal goste de deitar — diz Ferreira. 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