Eleição em Honduras: À CNN Asfura diz que apoio de Trump “não foi decisivo”

Wait 5 sec.

Nasry Asfura, o candidato de ultradireita declarado vencedor da eleição presidencial de Honduras, disse que o apoio expressivo que recebeu do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dias antes da eleição, foi “espontâneo” e o “surpreendeu”, mas — em sua perspectiva — não foi decisivo para o resultado da disputa.Asfura atribui o apoio de Trump à confiança do presidente americano em sua carreira política, que, segundo ele, foi o fator determinante para a obtenção da maioria dos votos, segundo dados do CNE (Conselho Nacional Eleitoral).“O apoio de Trump foi definitivamente espontâneo; quando vi, fiquei realmente impressionado”, declarou Asfura na sexta-feira (26) em entrevista exclusiva ao programa Conclusiones da CNN, sobre a publicação em que Trump pediu aos hondurenhos que votassem nele.O presidente eleito insiste que “não há dúvida” de que foi um apoio importante e afirma que tem a ver com sua proposta para Honduras. Quem é Nasry Asfura presidente eleito em Honduras e apoiado por Trump Presidente eleito de Honduras manda recado de Natal: Não os decepcionarei Apoiado por Trump, Asfura é eleito em Honduras após semanas de atrasos “Minha campanha foi clara, simples e direta. Trabalho há mais de 30 anos; acredito que construí uma base sólida de trabalho. (…) Acho que ele foi motivado pela minha conduta durante a campanha eleitoral, pelo que prometi ao povo de Honduras”, disse ele.O ex-prefeito e membro do conservador Partido Nacional afirma que busca deixar claro seu objetivo de ter uma relação próxima com Washington, uma intenção que, segundo ele, reiterou ao longo de toda a campanha.O presidente eleito reconhece que os Estados Unidos são o parceiro comercial mais importante e próximo de Honduras, com quem os dois países compartilham laços inegáveis.Mais de dois milhões de hondurenhos vivem nos EUA, e o país também se beneficia das remessas, destaca Asfura, algo que ele considera essencial manter.“Devemos respeitar as instituições”Quase um mês após as eleições, e na sequência de um processo eleitoral marcado por atrasos, incertezas e controvérsias em torno da recontagem especial, as autoridades da CNE anunciaram oficialmente na quarta-feira que Asfura ultrapassou o seu adversário mais próximo, Salvador Nasralla, do Partido Liberal, por 0,74% dos votos.A margem estreita é de pouco mais de 27 mil votos.Nasralla afirmou esta semana que não aceita o resultado e que irá contestá-lo judicialmente, questionando também o papel dos membros do conselho da CNE.Asfura sabe que seu adversário está insatisfeito, mas defende os resultados e pede a todos que “olhem para o futuro”.“Ele tem o direito de dizer o que pensa e de agir como age. Sei que tudo o que foi feito está de acordo com a lei; institucionalmente, as coisas estão claras”, disse Asfura. “Os valores são reais e devemos respeitar as instituições.”O vencedor declarado acredita que o povo de Honduras cumpriu seu dever e foi às urnas pacificamente. “Houve complicações; é uma longa história, mas no final, tudo foi esclarecido. Os fatos estão aí, os fatos reais”, afirmou.Ao contrário do que afirmam outros candidatos, Asfura diz que manteve “uma atitude prudente” durante as semanas de apuração e que, embora os dados preliminares lhe fossem favoráveis, “em nenhum momento saí por aí dizendo que tinha vencido ou que ia pôr fim à paz e tranquilidade de Honduras”.Nasry Asfura vota nas primárias em Tegucigalpa, Honduras • Emilio Flores/Anadolu via Getty ImagesVenezuela, a esquerda e o ex-presidente Juan Orlando HernándezDurante a entrevista, Asfura também falou — entre outros tópicos — sobre a Venezuela, governos de esquerda na América Latina e o ex-presidente Juan Orlando Hernández, também membro do Partido Nacional, que foi preso nos Estados Unidos e posteriormente perdoado por Trump.Em relação à Venezuela, ele afirmou que não há democracia naquele país e que, com sua ofensiva militar no Caribe, os Estados Unidos buscam “proteger” sua população.Washington alega que seu posicionamento em águas internacionais visa combater o narcotráfico. Caracas, por outro lado, afirma que o verdadeiro objetivo é promover a mudança de regime.Sobre os governos de esquerda nas Américas, como o de Claudia Sheinbaum no México e o de Gustavo Petro na Colômbia, Asfura disse que buscará uma relação respeitosa com eles.E sobre o ex-presidente Juan Orlando Hernández, disse que ele precisa “avaliar seus problemas legais” para saber como se defender. “Eu não sou o sistema judiciário de Honduras”, argumentou.Asfura, de 67 anos, assumirá o cargo em 27 de janeiro, assim que quaisquer contestações aos resultados das eleições forem resolvidas.Esta é a segunda vez que ele concorre à presidência, e sua carreira política inclui cargos como vereador, deputado e prefeito da capital, Tegucigalpa, para o qual foi reeleito.Popularmente conhecido como “Tito” ou “Papi a la orden”, Asfura sempre projetou, desde o início de sua carreira política, a imagem de um candidato próximo ao povo, com vocação para o serviço público e capacidade de solucionar os problemas dos hondurenhos.“Fizemos um ótimo trabalho. Trabalhei com uma equipe fantástica não para ganhar pesquisas, mas para ganhar a eleição”, disse Asfura sobre sua vitória. Ele também afirmou que, a partir de agora, seu foco será proporcionar oportunidades de emprego, investimento e desenvolvimento para o país.Apoiado por Trump, Asfura é eleito em Honduras após semanas de atrasos | CNN NOVO DIA