Os Estados Unidos informaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta terça-feira (23/12), que vão impor e fazer cumprir sanções contra a Venezuela “na máxima extensão permitida”, incluindo medidas direcionadas ao presidente Nicolás Maduro e ao setor petrolífero do país.A declaração foi feita pelo embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, durante reunião de emergência convocada a pedido do governo venezuelano, em meio à escalada de tensões no Caribe e às recentes apreensões de navios petroleiros ligados a Caracas.Segundo Waltz, o objetivo de Washington é privar o governo venezuelano de recursos financeiros que, segundo Trump, estariam permitindo que Maduro mantenha o poder de forma ilegítima financiando atividades criminosas.“A capacidade de Maduro de vender o petróleo da Venezuela permite sua reivindicação fraudulenta de poder e suas atividades narcoterroristas. O povo da Venezuela, francamente, merece algo melhor”, afirmou o diplomata.4 imagensFechar modal.1 de 4Maduro recebe medalha de arquiteto da paz após Corina receber NobelGabinete de Imprensa da Presidência da Venezuela2 de 4Nicolás MaduroJesus Vargas/Getty Images3 de 4Donald Trump faz pronunciamentoDoug Mills - Pool/Getty Images4 de 4Tasos Katopodis/Getty ImagesAcusações contra MaduroO governo norte-americano acusa Maduro de liderar o chamado “Cartel de los Soles”, organização que Washington descreve como ligada ao tráfico internacional de drogas.Os EUA oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do presidente venezuelano.A sessão do Conselho de Segurança teve como foco as denúncias feitas pela Venezuela sobre operações militares dos EUA no Caribe e o bloqueio anunciado pelo presidente Donald Trump, que resultou na interceptação e apreensão de petroleiros nos últimos dias. Leia também MundoBrasil afirma que bloqueio dos EUA à Venezuela viola Carta da ONU MundoNova lei na Venezuela prevê prisão de quem apoia bloqueios dos EUA MundoNa ONU, Rússia e China reafirmam apoio à Venezuela e criticam os EUA MundoTrump diz que EUA ficará com petróleo e navios venezuelanos Em resposta às recentes ações norte-americanas, a Assembleia Nacional da Venezuela aprovou nesta terça-feira uma lei que prevê penas de até 20 anos de prisão para quem promover, financiar ou colaborar com o que o governo classifica como pirataria, bloqueios ou outros atos ilícitos internacionais.O projeto, aprovado por unanimidade pelo Parlamento controlado pelo chavismo, agora segue para sanção do Executivo. A legislação surge em meio às operações dos EUA contra carregamentos de petróleo venezuelano, classificadas por Caracas como atos de pirataria.Tensão entre Trump e MaduroNessa segunda-feira (22/12), Donald Trump e Nicolás Maduro trocaram novas farpas. O republicano afirmou que a atitude “mais inteligente” do venezuelano seria renunciar ao cargo e sugeriu que uma recusa poderia ter consequências graves.Maduro reagiu dizendo que Trump deveria se concentrar nos problemas internos dos Estados Unidos. “Não é possível que 70% dos seus discursos sejam sobre a Venezuela. E os Estados Unidos?”, questionou.As ações dos EUA também foram alvo de críticas de Rússia e China. Pequim afirmou que a apreensão de navios de outros países viola gravemente o direito internacional e reiterou oposição a sanções unilaterais. Moscou, por sua vez, reafirmou apoio total à Venezuela e alertou para consequências imprevisíveis da escalada.O Brasil também se posicionou contra o bloqueio naval, afirmando na ONU que a mobilização militar dos EUA no Caribe viola a Carta das Nações Unidas e defendendo uma solução pacífica para o conflito.