«Quando uma porta se fecha, procurem a janela aberta», preconiza Helene Westerlind

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A incerteza tem pautado o mundo e as organizações, pelo que a resiliência emerge como uma das competências mais valorizadas. Mais do que resistir a crises, ser resiliente significa adaptar-se com lucidez, liderar com propósito e transformar desafios em oportunidades de crescimento. A resiliência é, em última instância, uma competência essencial da liderança.Esta foi a lição que Helene Westerlind, CEO da Zurich Portugal, levou ao palco da Leadership Summit Portugal, cimeira que aconteceu no dia 25 de setembro no Casino Estoril.Com quase quinze anos em cargos executivos, a gestora defende que a resiliência vai muito além da capacidade de enfrentar crises globais. Na sua talk, ‘Meeting Tomorrow with Resilience’, referiu que é nos conflitos, desilusões ou mudanças organizacionais que se revela a verdadeira solidez de um líder, mas reforçou a importância do hábito.«A resiliência não é apenas lidar com grandes eventos e mudanças globais; é igualmente importante e essencial no nosso trabalho diário», referiu. Quando o sucesso se transforma em incertezaA executiva recordou um momento determinante da sua trajetória. Em 2016, foi nomeada Global Chief Operations Officer na Zurich, um cargo pelo qual lutara durante quatro anos. «Dizer que estava entusiasmada é um eufemismo», confessou.A oportunidade parecia ser o auge da sua carreira, mas duas semanas depois, tudo mudou. Durante uma reunião com a equipa executiva, foi surpreendida com o anúncio da substituição do CEO e de uma reestruturação global: «A divisão global deixaria de existir como tal e iriam ocorrer mudanças significativas».O entusiasmo deu lugar à incerteza. O novo líder vinha de uma empresa concorrente, conhecido por um estilo de gestão «agressivo», e o silêncio que se seguiu só aumentou a ansiedade. «O silêncio do meu novo chefe era evidente. Tentei contactá-lo algumas vezes, mas não obtive resposta». Sem clareza, Helene percebeu que precisava de agir rapidamente — não apenas por si, mas também pela equipa que liderava.A forma como geri a minha desilusão foi extremamente importante para a minha reputação e perceção que as pessoas tinham de mim O poder de ter um plano BWesterlind sublinhou que, em momentos de indefinição, a pior resposta é a passividade. «Temos a responsabilidade de fazer o negócio avançar e não cair num modo de espera», contou, referindo-se ao foco que manteve para proteger o trabalho desenvolvido com a sua equipa.No entanto, percebeu que precisava de se preparar para o imprevisível. A ideia surgiu após uma conversa com uma amiga, que lhe perguntou se tinha um plano B.  Essa decisão mudou tudo para a gestora, que apenas tinha um plano A para si e para a equipa.Ao desenhar alternativas e antecipar cenários, Helene recuperou o controlo da situação. «Fui para a cama com muito mais confiança. Senti que tinha recuperado o poder», relembrou. A clareza do plano permitiu-lhe enfrentar as semanas seguintes com serenidade e foco.Quando finalmente foi chamada para uma nova reunião com o novo CEO, preparou-se para o pior. «Entrei com o meu plano B, totalmente pronta para o executar», explicou. O que encontrou, no entanto, foi uma surpresa: o seu cargo desaparecera do organograma.«Olhei e vi imediatamente que já não existia o cargo de Chief Operations Officer. Perguntei: esta é a sua forma de me despedir?». Mas, em vez de uma demissão, recebeu um convite para liderar uma nova área global. Transformar o risco em oportunidadeO novo desafio era ambicioso: liderar os programas internacionais da Zurich, gerindo cinco mil clientes em mais de oito países, com uma equipa de 200 pessoas e um portefólio de 3,2 mil milhões de dólares. «Ele queria alguém que fosse o responsável final por tudo isto. Pensei que tinha de agarrar esta oportunidade», contou. O resultado foi um sucesso e, sob a sua liderança, a unidade conquistou prémios de inovação, crescimento rentável e reconhecimento como líder de mercado.Helene não romantiza o processo. «Senti raiva, irritação, desilusão, mas também entusiasmo». A lição que retirou foi clara: o segredo está em aceitar a mudança como constante, manter a lucidez e ver nas portas fechadas novas janelas de oportunidade.Quando uma porta se fecha, procurem a janela aberta. Resiliência não é ficar a olhar para a porta fechadaHoje, Helene Westerlind acredita que a resiliência é uma competência aprendida. «A resiliência não é algo com que nascemos. É algo que aprendemos e desenvolvemos ao longo do tempo», defendeu. Para a gestora, o verdadeiro líder é aquele que transforma adversidade em crescimento e inspira confiança nos outros, mesmo quando o futuro é incerto. Assista ao momento completo na Líder TV:Helene Westerlind – Meeting Tomorrow With Resilience Aceda à galeria de imagens completa aqui.Todos os conteúdos estão disponíveis na Líder TV e nos canais 165 do MEO e 560 da NOS.O conteúdo «Quando uma porta se fecha, procurem a janela aberta», preconiza Helene Westerlind aparece primeiro em Revista Líder.