O ministro do Turismo, Celso Sabino, tem enfrentado caciques do União Brasil para permanecer no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).Embora tenha sinalizado em 26 de setembro que deixaria a pasta, após reunião com Lula no Palácio do Planalto, Sabino permanece na Esplanada.Integrantes do União ouvidos pela CNN Brasil avaliam que Sabino busca ganhar tempo e se utiliza de todos os prazos possíveis de defesa para continuar na gestão petista e no partido. Leia Mais: Nem partido, cargo ou ambição pessoal vai me afastar do Pará, diz Sabino Sabino resiste no cargo e União Brasil abre processo de expulsão União marca reunião para decidir sobre expulsão de Sabino A perspectiva é por uma saída “lenta e gradual” e depois que toda a vitrine da COP30 acabarem. O evento acontece mês que vem em Belém, no Pará.O estado é base política do ministro e o eventual sucesso da COP seria uma mola propulsora para os anseios de Sabino em 2026.Nesta última semana, o ministro acompanhou o presidente em agendas envolvendo a COP30 no Pará. Segundo ele, a pedido do próprio Lula.“Nada, nenhum partido político, cargo ou ambição pessoal vai me afastar desse povo que eu amo e do estado do Pará”, disse em um dos discursos ao lado do presidente. “Conte comigo para lhe apoiar e para segurar na sua mão, pois reconheço o seu trabalho e tudo que fez pelo Brasil”, acrescentou.Desde que se federou ao PP, o União Brasil decidiu desembarcar de vez do governo Lula, com a entrega de cargos. Sabino é o único filado à sigla no primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios.Em 18 de setembro, o União chegou a estabelecer um prazo de 24 horas para que seus filiados nomeados para cargos no governo deixassem os postos, “sob pena de prática de ato de infidelidade partidária”. A determinação foi dada em resolução assinada pelo presidente nacional do partido, Antônio Rueda.Uma semana depois, Sabino chegou a anunciar a entrega do cargo. Mas a saída nunca se confirmou.Diante da resistência, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), afirmou neste domingo (5) que a Executiva Nacional do União Brasil vai se reunir na próxima quarta-feira (8) “para decidir a expulsão do deputado Celso Sabino por reiterada infidelidade partidária”.Caiado é um dos principais caciques do União que pressiona pelo desembarque definitivo do governo Lula, até por se posicionar como pré-candidato da sigla à Presidência nas eleições do ano que vem.O relator do processo interno contra Sabino na sigla, deputado Fábio Schiochet (União-SC), deve apresentar um parecer na reunião de quarta, mas ainda vai esperar a defesa prévia de Sabino até esta segunda (6).Há na bancada do União na Câmara uma ala que apoia Sabino e Lula. Parte dos deputados avalia que Sabino faz um bom trabalho à frente do Turismo, melhorou o setor no país e merece colher os frutos da COP em seu estado.Celso Sabino ainda não se pronunciou novamente sobre a situação.