Impactos na economia das intoxicações por metanol,mais um ano, mais um CNU, e outros destaques do mercado

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Por Folha de São Paulo 06/10/2025 7h30 — emEconomiaSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os impactos na economia das intoxicações por metanol em bebidas alcoólicas adulterada, mais um ano, mais um CNU, e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (6).**PERIGO NAS PRATELEIRAS**Enquanto a sua semana se inicia —depois de um fim de semana provavelmente mais moderado do que o habitual— trato aqui dos impactos econômicos causados pelos casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas ao redor do Brasil.Entenda: o país teve centenas de casos de suspeita de contaminação com metanol. Até ontem, 16 tinham sido confirmados. Os sintomas se assemelham aos de uma ressaca, o que dificulta a sua identificação.CALÇADAS VAZIASComerciantes na cidade de São Paulo, a mais afetada pela crise sanitária, viram o movimento rarear em seus estabelecimentos. Algumas variações negativas têm sido percebidas por empresas de pesquisa de mercado.As vendas caíram de mais de 35% na quinta (25) em relação ao mesmo período em 2024, com novas quedas em torno de 25% na sexta-feira (26) e no sábado (27).Na procura por vodca, que sofreu o maior impacto, houve recuo de 45%, na sexta, e de 43%, no sábado.Os dados são da Varejo 360, que acompanha tendências de consumidores nos pontos de venda, com base em notas fiscais registradas por 33,7 mil consumidores no estado de São Paulo.A análise abrange desde pequenas adegas e lojas de conveniência até supermercados e grandes varejistas de autosserviço, mas não inclui bares e restaurantes —nesse setor, o relato é oral: comerciantes afirmam que o movimento em seus estabelecimentos rareou, mas não desapareceu.QUEM ESTÁ NA BERLINDA?Os donos de comércios menores, que têm menor controle da procedência dos produtos do que grandes redes de supermercados, por exemplo, segundo Fernando Faro, diretor da Varejo 360.E AS GRANDES EMPRESAS?Analistas do setor esperam dados futuros para entender se os consumidores vão substituir destilados por bebidas enlatadas, como a cerveja, consideradas mais difíceis de adulterar, cenário que favoreceria companhias como a Ambev e a Heineken.Há também a possibilidade de os consumidores fugirem de todos os rótulos alcoólicos, o que prejudicaria as gigantes citadas.As ações da Ambev na B3 recuaram cerca de 5,79% nos últimos dias, pico da crise, com o temor dos investidores de que a situação sanitária respingue nos resultados da companhia.Mesmo antes dos casos de intoxicação, o mercado esperava um trimestre mais fraco na venda de cerveja para a Ambev .**DIA DE PROVA**Clima de nervosismo no ar, caneta nas mãos e lanchinhos na bolsa. Ontem, aconteceu a segunda edição do CNU (Concurso Nacional Unificado). Aí vai um resumo do dia de uma das maiores provas do país.LOTADO OU VAZIO?A abstenção na edição de 2025 do certame foi menor do que na de 2024: 42,8% ontem, contra 54% do ano anterior.O número de candidatos, no entanto, caiu bastante de um ano para o outro. Foram 761,5 mil inscritos neste ano, em comparação a 2,1 milhões antes.Os participantes concorrem a 3.652 vagas no setor público, em 32 órgãos.O maior salário em disputa é de R$ 16 mil, disponível para cinco carreiras: quatro de especialistas na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e uma na Ancine (Agência Nacional do Cinema).FÁCIL OU DIFÍCIL?As provas mantiveram o estilo característico da FGV Conhecimento, com enunciados longos e questões que exigem interpretação e aplicação prática de conteúdos.Professores de cursos preparatórios ouvidos pela Folha afirmam que os exames valorizaram a interpretação dos textos, com menos 'decoreba' e mais leitura e compreensão de casos.Se você fez a prova e quer saber as respostas para as questões, confira o gabarito extraoficial dos blocos 1, 5 e 9 do CNU 2025.POR QUE IMPORTA?O CNU é uma das etapas da reforma administrativa, que deve mudar bastante o cotidiano dos servidores públicos no país. A ideia é dar mais eficiência e transparência para o setor.O certame é, então, uma tentativa de reduzir a burocracia nas contratações, unindo a seleção de vários órgãos em um só dia e processo.Na última quinta-feira, 2 de outubro, as propostas da reforma foram apresentadas depois de meses em elaboração.O projeto contempla a forma de ingresso, uma reorganização das carreiras em uma tentativa de diminuir o número, a alteração dos incentivos para os servidores públicos, propostas para atacar com supersalários e disciplinar verbas indenizatórias e medidas que alteram o trabalho dos gestores eleitos.**TRIO PARADA DURA**O leitor paulistano conhece bem a frase materna: “você acha que eu sou sócia da Sabesp?”, ouvida quando se demora demais no banho.A ex-estatal, fornecedora de saneamento básico para a maior parte do estado, foi privatizada em 2024 —portanto, ela quiser e tiver dinheiro, sua mãe pode ser sócia da Sabesp.A empresa abre suas asinhas no mercado privado: fechou a compra do controle da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) por R$ 1,13 bilhão.QUEM?Remanescente da privatização da Eletropaulo, a Emae foi a última companhia de energia a ser gerida pelo governo paulista. Ela administra quatro usinas de energia no estado e opera reservatórios na região metropolitana da capital.Tá, e…? O negócio em si é interessante, mas mais instigante é a lista de nomes por trás da operação. A Sabesp vai comprar 74,9% das ações ordinárias da Emae, que pertenciam à Phoenix Água e Energia, do empresário Nelson Tanure, e 6,8% das ações preferenciais detidas pela Eletrobras.Tanure é um dos maiores investidores do país. Sua preferência não é por um setor específico da economia, mas sim por um tipo de empresa: aquelas que estão mal das pernas.O Fundo Phoenix, administrado pela gestora de investimentos Trustee DTVM e ligado ao empresário, havia arrematado a Emae em leilão em abril de 2024. O restante das ações está com o controlador da Ambipar, Tércio Borlenghi.Você leu o nome “Ambipar” duas vezes em edições desta newsletter na semana passada. A empresa está em conflito com credores por uma dívida que pode consumir boa parte do seu caixa. Relembre a história aqui.REFRESCANDO A MEMÓRIAEm junho deste ano, Tanure, Borlenghi e Daniel Vocaro —aquele mesmo, dono do Banco Master, que tem sua porção própria de imbróglios— entraram no alvo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).A autarquia federal denunciou um possível “movimento orquestrado” do trio para aumentar os preços de ações da Ambipar, que subiram 863% de junho a agosto de 2024.A valorização dos papéis ajudou Tanure a aumentar o tamanho do seu patrimônio. O empresário usou as ações da Ambipar como garantia para comprar a Emae —que, agora, ele ende para a Sabesp.**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**Injeção. O BNDES aprovou R$ 1,3 bilhão em crédito para modernização da indústria. O banco ainda acrescenta que tem um orçamento de R$ 10 bilhões para a iniciativa.Antes tarde do que nunca. O projeto de lei que pode regulamentar a exploração de minerais críticos no Brasil avança no Congresso. O texto inclui a criação de uma nova estatal para gerir o aproveitamento dos recursos.“Muito prejudicial para os investimentos”... é como Colette Hirstius, presidente do braço americano da petroleira Shell, descreve os ataques do governo Trump a projetos de energia eólica.Melhor esperar sentado. Quem encomendou o Boeing 777X não pode ter pressa de receber a entrega —atrasada em seis anos, ela deve ficar para 2027.Bastidores da PolíticaCaso Metanol: Governo incapaz de garantir segurança sanitária aos cidadãos"; // imagens[1] = // ""; // imagens[4] = // ' source src = "/sites/all/themes/v5/banners/videos/vt-garcia-07-2023.mp4" type = "video/mp4" >'; // imagens[2] = // ""; // imagens[4] = // ""; // imagens[3] = // ""; // imagens[4] = // ""; index = Math.floor(Math.random() * imagens.length); document.write(imagens[index]);]]>