O Museu das Culturas Indígenas (MCI) lançou um abaixo-assinado voltado ao registro oficial da língua Guarani como patrimônio cultural imaterial do Estado de São Paulo. A iniciativa, que está aberta para assinaturas no site do MCI, tem como objetivo envolver a sociedade civil, órgãos públicos e instituições de pesquisa na preservação e valorização do idioma. O MCI é vinculado à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e é administrado pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.A iniciativa reconhece as variantes Mbyá, Nhandewa e Kaiowá e conta com o apoio de diversas instituições: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); Museu de Arqueologia e Etnologia da USP; Comissão de Preservação do Patrimônio Imaterial (CPPI); Secretaria da Justiça e Cidadania; Comissão Guarani Yvyrupa; e Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre.O projeto propõe que a língua seja registrada no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT) e sugere a criação de um programa estadual de revitalização linguística, incluindo escolas bilíngues, oficinas de documentação, produção de materiais didáticos, cursos de formação para professores indígenas e apoio a projetos culturais e midiáticos em Guarani.A meta é atingir um milhão de assinaturas. Quando alcançado, o abaixo-assinado será entregue ao IPHAN e ao CONDEPHAAT como ato simbólico de mobilização coletiva e pedido oficial para reconhecimento e proteção da língua Guarani como patrimônio imaterial.Foto: Mauricio VellosoMemória Viva e CompartilhadaEmbora 85% das comunidades Guarani paulistas ainda mantenham o idioma como língua materna, de acordo com levantamento da SESAI, o Guarani enfrenta desafios como escassez de materiais didáticos, conflitos fundiários e preconceito linguístico, ameaçando sua transmissão às novas gerações. A UNESCO classifica a variante Mbyá como “vulnerável” e as variantes Nhandewa e Kaiowá como “definitivamente em perigo”, reforçando a necessidade urgente de ações de salvaguarda.O Guarani é uma das línguas mais faladas e antigas do tronco Tupi-Guarani, com mais de 280 mil falantes no Brasil, segundo o IBGE. Para o povo Guarani, a língua é essencial à identidade e à cosmovisão, considerada sagrada, e a fala é um meio de conexão espiritual com a terra e o divino. No estado de São Paulo, vivem mais de seis mil indígenas Guarani distribuídos em 38 territórios no litoral, Vale do Ribeira e região metropolitana.Assine o abaixo-assinado para reconhecimento da língua Guarani como patrimônio imaterial de São Paulo: https://chng.it/G5nFsNbmH5 The post Iniciativa visa tornar a língua Guarani patrimônio imaterial appeared first on CicloVivo.