Autárquicas 2025 podem ser a última chance para cumprir ODS, indica estudo

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Em vésperas das eleições autárquicas, a Plataforma ODSlocal, fonte para aferir o progresso da Agenda 2030 das Nações Unidas, revela que estamos a viver um momento decisivo: este pode ser o último ciclo autárquico antes de 2030 em que cada voto pode acelerar ou comprometer o progresso para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).O relatório Estado dos ODS em Portugal (2024), produzido pela Plataforma, oferece um panorama do desempenho dos 308 municípios em múltiplos indicadores ligados aos 17 ODS. Mostra que há avanços reais em áreas como ‘Educação de Qualidade’ (ODS 4) e ‘Água e Saneamento’ (ODS 6). Em contrapartida, os ODS de ‘Ação Climática’ (ODS 13), ‘Promover a Agricultura Sustentável’ (ODS 2) e ‘Igualdade de Género’ (ODS 5) ainda estão longe do ideal.Apesar dos progressos verificados desde 2015, para o cumprimento das 169 metas propostas pela Agenda 2030, é necessário um grande empenho do poder local. Boas práticas foram mapeadas e catalogadasNo relatório Iniciativas para os ODS em Portugal, foram analisadas mais de 3500 boas práticas municipais e 1000 projetos da sociedade civil, todos mapeados no portal ODSlocal, que permitem avaliar o desempenho das autarquias relativamente às metas da ONU.O relatório revela que os ODS que mais beneficiam de ações locais são o ODS 4 ‘Educação de Qualidade’ e o ODS 11, ‘Cidades e Comunidades Sustentáveis’. Por outro lado, os que menos beneficiam e que precisam de ação urgente são ‘Energias Renováveis e Acessíveis’ (ODS 7) e ‘Proteger a Vida Marinha’ (ODS 14).Observa-se, ainda, um posicionamento central do ODS 17 ‘Parcerias para a Implementação dos Objetivos’, evidenciando a relevância das parcerias para a concretização da Agenda 2030.Sustentabilidade já é prioridade nos municípiosPor outro lado, o recente relatório da ODSlocal sobre Integração da Agenda 2030 na Orgânica Autárquica (2025), revela que o número de boas práticas tem vindo a aumentar nos últimos quatro anos. Observa-se também que os municípios já têm uma visão mais holística da sustentabilidade, ou seja, não apenas meramente ambiental, mas também social, económica, cultural e de governança participativa. E, quanto maior a colaboração interna entre departamentos camarários e também com entidades externas, maior a diversidade de iniciativas e o alcance de múltiplos ODS.O portal da Plataforma ODSlocal permite ver o progresso de cada município nos 17 ODS desde 2015, com 150 indicadores atualizados e interativos, e explorar as Boas Práticas Municipais e os Projetos Locais mapeados no portal, que são exemplos concretos de iniciativas em prol dos ODS existentes nos vários municípios.João Ferrão, coordenador da Plataforma ODSlocal comenta: «O futuro não se constrói apenas com promessas — constrói-se com dados, transparência e ação coordenada entre autarquias e cidadãos. Na véspera de eleger 308 Câmaras e Assembleias Municipais, e 3259 Juntas de Freguesia e Assembleias de Freguesia, surge a oportunidade de escolher quem vai realmente acelerar ou atrasar o caminho para 2030. A Agenda 2030 não é apenas uma carta de intenções; é um manual de execução que precisa de cada voto para ganhar forma».E, acrescenta: «O futuro constrói-se de forma ascendente: nas ruas, nas escolas, nos serviços municipais, e no voto que cada cidadão deposita. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas oferecem um guião, mas é a participação de cada cidadão que pode assegurar a sua concretização, e contribuir para a construção de um futuro mais sustentável até 2030».O portal Plataforma ODSlocal disponibiliza, de forma clara e interativa, o progresso de cada município nos 17 ODS desde 2015, com 150 indicadores atualizados, além de um catálogo de ‘Boas Práticas Municipais e Projetos Locais’.O conteúdo Autárquicas 2025 podem ser a última chance para cumprir ODS, indica estudo aparece primeiro em Revista Líder.