SP tem duas mortes após consumo de bebidas adulteradas com metanol; entenda

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Pelo menos duas mortes foram confirmadas no estado de São Paulo — uma na capital e uma em São Bernardo do Campo — após o consumo de bebida alcoólica adulterada com metanol.O CVS (Centro de Vigilância Sanitária) da Secretaria Estadual de Saúde confirmou seis casos de intoxicação por metanol desde junho, com os dois óbitos entre eles. Atualmente, há ainda dez casos sob investigação.A Polícia Civil informou que instaurou um inquérito no 2º DP de São Bernardo do Campo para investigar a morte de um homem, de 38 anos, em um hospital do município, e solicitou exames periciais.A outra morte registrada no estado vitimou um homem, de 54 anos, na região da Mooca, zona Leste da capital. No entanto, a polícia ainda não informou se abriu inquérito para investigar esse caso.Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), um outro inquérito, do 48º Distrito Policial (Cidade Dutra), também investiga um caso de possível intoxicação em um grupo que teria consumidos bebidas adulteradas.O CVS informou que está monitorando a fiscalização de estabelecimentos que comercializam bebidas contaminadas e alerta sobre os riscos do consumo de bebidas de origem clandestina.SP tem nove casos de intoxicação por metanol; ministério divulga alerta | AGORA CNN Leia Mais Ministério da Justiça emite recomendação após intoxicações por metanol SP tem 9 casos de intoxicação por metanol após consumo de bebida adulterada SP tem 9 casos de intoxicação por metanol; ministério divulga alerta A substânciaO metanol é uma substância incolor, inflamável e amplamente utilizada como solvente. Sua ingestão acidental ou intencional é grave e potencialmente fatal, mesmo em doses pequenas.De acordo com relatos do Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), enquanto nos últimos dois anos o metanol estava ligado à ingestão de combustíveis pela população de rua, nos casos atuais, as ingestões ocorreram em cenas sociais, incluindo bares, através de diferentes tipos de bebidas, como gin, whiskey e vodka.Diante disso, o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) emitiu uma recomendação urgente, alertando estabelecimentos de São Paulo para sinais de falsificação, como lacres tortos e preços atipicamente baixos.O ministério reforçou ainda que a comercialização de produtos adulterados é crime previsto no artigo 272 do Código Penal, com pena de reclusão e multa. Além disso, colocar no mercado produto impróprio para consumo é crime contra as relações de consumo, conforme a Lei nº 8.137/1990.SintomasO consumo de bebidas adulteradas com metanol pode levar a uma intoxicação grave, cujos sintomas iniciais são facilmente confundidos com os de uma embriaguez comum.Dor de cabeça, náuseas, vômitos, tontura e uma sensação geral de mal-estar são as primeiras manifestações, tornando o diagnóstico precoce um desafio. Essa fase inicial, que pode passar despercebida, é crucial para a intervenção, já que o metanol é metabolizado no corpo em substâncias altamente tóxicas.À medida que a intoxicação progride, os sinais tornam-se mais alarmantes e específicos. Distúrbios visuais são um dos sintomas mais característicos, incluindo visão turva, dilatação das pupilas e, em casos graves, cegueira permanente devido aos danos no nervo óptico.Além disso, podem surgir dores abdominais intensas, tremores, confusão mental, dificuldade para respirar e até convulsões, indicando um comprometimento significativo do sistema nervoso central e de outros órgãos vitais.Sem tratamento imediato e adequado, a intoxicação por metanol pode levar a consequências devastadoras. A insuficiência renal e respiratória são complicações potenciais, e o desequilíbrio ácido no sangue causado pelos metabólitos tóxicos agrava o quadro clínico.Em cenários mais críticos, a intoxicação pode resultar na morte do indivíduo. A rapidez no reconhecimento dos sintomas e na busca por assistência médica é fundamental para reverter os efeitos e salvar vidas.