Metade da dívida pública é herança, metade é fruto do governo, diz Pessôa

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A dívida pública brasileira deve aumentar de 72% para 83% do PIB (Produto Interno Bruto) durante o atual mandato, representando um crescimento de 11 pontos percentuais.Esta evolução é resultado tanto de heranças de gestões anteriores quanto de decisões recentes do governo, destaca Samuel Pessôa, pesquisador associado do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), em entrevista ao CNN Money nesta segunda-feira (29). Leia Mais Srour: Câmbio pode definir momento de queda da Selic Custo do crédito atinge maior patamar de série histórica do BC Projeto de isenção do IR recebe 50 "sugestões de mudança”; veja quais Segundo o economista, aumento do endividamento pode ser atribuído a duas dinâmicas principais: a primeira está relacionada ao incremento do gasto público estabelecido pela emenda constitucional da transição; já segunda envolve a retomada de políticas como a reindexação do salário mínimo real e a vinculação dos gastos mínimos de saúde e educação à receita corrente líquida.Entre as heranças de governos anteriores, destacam-se as mudanças nos critérios de elegibilidade para o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e as alterações nas contrapartidas da União para o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica).Essas medidas resultaram em um aumento de aproximadamente R$ 70 bilhões nas despesas para o próximo ano.“Dá para dizer que, do ponto de vista do gasto, metade é herança e metade são decisões do atual governo”, define.O pesquisador também aponta que a decisão de aumentar os gastos públicos no início do mandato atual contribuiu para uma economia com inflação de serviços após dois anos. Segundo ele, geralmente essa dinâmica é feita ao contrário, com maiores gastos no início da gestão.Como consequência, explica o economista, o ciclo de juros se alongou, mantendo a taxa Selic em patamares elevados por mais tempo, o que impacta diretamente no crescimento da dívida pública.Para o próximo ano, Pessôa projeta um crescimento mais moderado nos gastos primários do governo federal em comparação com os anos anteriores. Enquanto em 2023 o aumento real foi de 9% e em 2024 de 6%, a expectativa é de que em 2026 o crescimento seja de aproximadamente 3%.O pesquisador sugere que, para um ajuste fiscal efetivo, será necessário revisar a dinâmica do gasto público, incluindo mudanças nos critérios de indexação do salário mínimo e dos mínimos constitucionais em saúde e educação.Além disso, destaca a importância de reavaliar gastos que atendem a grupos específicos, como emendas parlamentares e regimes previdenciários especiais.Brasileiros têm 70,5% da renda comprometida com contas, diz Serasa Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.