O governo de São Paulo confirmou nesta terça-feira (30) que cinco pessoas morreram em decorrência de intoxicação por metanol no estado. A atualização foi feita pelo secretário da Saúde, Eleuses Paiva, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.Segundo Paiva, já foram contabilizados 22 casos de intoxicação, sendo sete confirmados e 15 ainda em investigação. Das cinco mortes registradas até agora, apenas uma foi confirmada oficialmente como decorrente da ingestão de bebida alcoólica adulterada.Leia tambémCerca de 12,6 mil morreram de intoxicação por metanol mundialmente, diz pesquisaMonitoramento do Médicos Sem Fronteiras inclui surto que ocorreu na Bahia, em 1999, que afetou 450 pessoas e deixou 35 mortos após consumo de cachaça clandestina contaminadaComo ocorreu a contaminaçãoSegundo as autoridades, falsificadores “batizavam” bebidas alcoólicas de marcas conhecidas — como gin e vodca — com metanol, substância altamente tóxica e de difícil detecção. A origem da adulteração ainda não foi identificada, mas bares e adegas de diferentes regiões da capital já estão sob investigação.Na segunda-feira (29), uma força-tarefa com policiais e agentes das vigilâncias sanitária estadual e municipal apreendeu 117 garrafas de destilados sem rótulo em três bares da capital, localizados nos Jardins, Mooca e Zona Oeste.O que é o metanolO metanol (CH₃OH) é um álcool simples, incolor, inflamável e com odor semelhante ao da bebida comum, mas que pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até morte mesmo em pequenas doses. Apesar dos riscos, tem amplo uso industrial, sendo matéria-prima para plásticos, solventes, tintas, anticongelantes e, no Brasil, para a produção de biodiesel.Possível ligação com combustíveis adulteradosA Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) levantou a hipótese de que o metanol encontrado nas bebidas falsificadas seja o mesmo importado ilegalmente por organizações criminosas para adulterar combustíveis. Em agosto, uma megaoperação revelou que postos de gasolina no estado chegaram a vender produtos com até 90% de metanol, quando a ANP permite apenas 0,5%.O governador Tarcísio de Freitas, porém, descartou a participação direta do PCC em esquema de venda de bebidas alcoólicas adulteradas. Segundo ele, investigações ainda buscam identificar os responsáveis pela contaminação.Segundo o governo paulista, bares e adegas que comercializaram bebidas suspeitas serão fechados cautelarmente até que seja possível rastrear a origem dos produtos.“Estamos diante de um caso gravíssimo de saúde pública. O trabalho agora é impedir que novas garrafas adulteradas continuem circulando”, disse o secretário Eleuses Paiva.The post O que se sabe até agora sobre a intoxicação por metanol em bebidas em São Paulo appeared first on InfoMoney.